quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Buracos da Madeira e do BPN com contas nada claras.
O Orçamento de Estado para 2012 começou a ser esmiuçado no parlamento, a audição da equipa das Finanças, ministro e secretários de Estado pela Comissão Parlamentar respectiva, serviu para a oposição tentar perceber os números e intenções do Orçamento.
As partes que intervalos no meu trabalho permitiram ver, aumentaram-me as dúvidas sobre a transparência das contas do governo.
Sobre a Madeira e pela intervenção de Silva Pereira fiquei a saber (penso ser novidade para a maioria) que Alberto João Jardim aumentou o buracão precisamente no último dia do primeiro trimestre, 30 de Junho, em 600 milhões de euros. Há quem faça nomeações à última hora, Jardim faz divida; era para entrar nas contas do PS – para ir na “herança do governo anterior”.
Como disse o deputado socialista, os 800 milhões roubados (roubados é meu) ao 13º mês é quase todo para pagar essa graça intencional do PSD Madeira. Mais, sendo o valor do “desvio” madeirense em 2011 de 6.338 milhões, estão previstos até 2015 ainda mais 3.737 milhões para as empresas dependentes do poder de Alberto João. O ministro, a isto respondeu que ainda não há governo na Madeira, o programa de ajustamento será quantificado mais tarde. A seguir.
Sobre o BPN a confusão das contas é total, ninguém parece conhecer o custo final para os contribuintes, do parlamento nacional a Bruxelas; O buraco ia em 2.350 milhões, 1.860 foram inscritos em 2010, 560 no orçamento de 2011 para a recapitalização, o governo admite ser de 4.500 milhões (1.400 garantias, mais 3.100 sociedades) e o Bloco de Esquerda retira do Orçamento para 2012 a conclusão de que as garantias do Estado, injectadas através da CGD são 8.500 milhões de euros, mais que o orçamento do Serviço Nacional de Saúde. O que vai passar para 2012 é uma incógnita, mas ficou a saber-se que os créditos bancários vão ser substituídos por créditos do Tesouro.
A roubalheira do BPN, executada por gente grada do PSD, e o desvio consciente do PSD Madeira necessitam de ser quantificados para não restarem dúvidas sobre o montante de cada rubrica na culpa da austeridade. É preciso seguir a discussão do orçamento o que não é fácil, com um secretário de Estado que deixa o vocabulário em casa e não acaba as frases e um ministro prolixo a repetir as perguntas para não dar respostas, ou a dar com redondilhas imperceptíveis.
Esta ouvi hoje, sobre a duração dos cortes dos subsídios de Natal e férias. Disse Vítor Gaspar…”medida temporária maior que um ano” (blá,blá) em vigor num período não negligenciável de tempo”. Que raio é isto, em que sistema de medida funciona o lento do ministro?
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