quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
A receita FMI. A discussão do relatório FMI.
O relatório dos intitulados “especialistas internacionais”, ditos do FMI, nada altera, para pouco serve, e esse pouco não ajuda, de todo, a começar qualquer discussão sobre medidas concretas da governação. É um texto político de apoio (improvável) à propaganda do governo.
Estes “expertos” vieram pelo convite de Vítor Gaspar, em Outubro passado, ver as contas do Estado, (fora do âmbito do programa da troika) para ajudar o governo a governar, só isso. Têm a experiência de governar que tinha Passos Coelho antes de tomar posse; “ajudam” como qualquer dos múltiplos fornecedores de estudos que nos custam milhões.
O líder dos consultores, o alemão Gert Schwartz andou pelo Brasil, antes deles se verem livres do FMI e transformarem-se, por isso, no “povo mais feliz do planeta”.
Um relatório baseado em “pressupostos errados” (disse o ministro Pedro Mota Soares) só tem um caminho – lixo. O ministério das Finanças acha que é um contributo, o CDS que é “intercalar não oficial” e o ministro Álvaro que é “um entre muitos contributos”; Álvaro Santos Pereira diz mesmo que o relatório não é decisivo e que aguarda a contribuição dos sindicatos, parceiros sociais e partidos políticos. Patético.
O relatório, apesar de ridículo (como o Carlos Moedas) contém a receita FMI; só que a prescrição nesta dose é aqui pouco exequível a curto prazo. A receita do FMI é conhecida há muito; era conhecida aquando da queda do governo anterior, era conhecida quando não se votou contra Passos Coelho, (que nunca escondeu querer governar com o FMI) e era conhecida quando os portugueses não votaram contra Cavaco Silva. Não é tempo para surpresas.
Com isto, o FMI perdeu a cara de menino bom da troika, faz um favor ao governo que vai tentar aplicar uma dose intermédia, numa negociação virtual de bazar marroquino. Deitar barro à parede e apregoar que vem aí desgraça para aplicar medidas gravosas parecendo menos gravosas, é a especialidade fraudulenta do governo.
Também serve para ver a reacção geral da população e por sectores, se não houver oposição forte, vai haver forte investida do governo contra quem mostrar mais fragilidade.
PS: Depois de escrever isto, vi António Barreto na televisão dizer que “o relatório inquina qualquer discussão”. Também tu, Barreto…!
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