quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Al-Qaeda retalia na Argélia a ofensiva no Mali.
Islamistas dizem ter raptado 41 ocidentais, no campo de gás da BP, em In Amenas na Argélia. Ameaçam matá-los se a França não terminar a intervenção no Mali.
Os raptores, que estarão ligados ao AQIM (Al-Qaeda do Magreb Islâmico), agem como tinham ameaçado, atacar ocidentais no norte de África e/ou as capitais europeias.
Dois líderes radicais são apontados como responsáveis pelas acções, o argelino Mokhtar Belmokhtar (*), um dos líderes históricos do AQIM no Sahel, jihadista no Afeganistão, que se juntou a vários grupos islâmicos armados (GIA,GSPC,AQIM) e que estaria no Mali, na cidade de Gao, atacada pela aviação francesa. Outro, o maliano Omar Oud Hamaha, líder em Timbuktu; foi porta-voz do Ansar Dine (destruição dos túmulos de Timbuktu) e tanto se diz do AQIM como do grupo MUJAO (jihadistas da África subsariana). Foi figura principal no programa da TVI 24 sobre o Mali.
Para já, temos um campo da BP, tão isolado como os campos de urânio que levam os franceses a intervir militarmente no Sahel, a ser atacado.
E temos a confirmação de que os aliados de ontem no derrube de Kadhafi, o AQIM e a Coligação Ocidental, vão envolver-se noutra guerra, agora entre eles, e provavelmente envolver nela o espaço europeu.
Tudo isto é um legado do colapso da Líbia, sobejamente avisado, até por mim.
P.S. (*) Notícias posteriores indicam o grupo de Mokthar como autor da captura dos reféns; já fez sequestros e conseguiu milhões em resgates. Em 2007 matou quatro reféns, é determinado, o que não é boa notícia.
(Mais sobre a guerra do Mali - AQUI e AQUI)
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