(Excesso de liquidez na Zona Euro. Em que zona da Zona Euro?)
Resgate ao Chipre deve ser modelo para o futuro. Para Schauble, ministro das Finanças da Alemanha, a solução encontrada para o Chipre deve ser norma no resgate dos bancos.
Wolfgang Schauble, em entrevista ao semanário económico Wirtschaftswoche, defende o mesmo modelo que o Eurogrupo preconizou para resgatar o Chipre; a contribuição dos depositantes dos bancos (de depósitos não garantidos) para financiar o resgate de bancos em situação difícil.
Recorde-se que o ministro holandês Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, fez declarações semelhantes e todo o mundo lhe caiu em cima, classificando a simples abordagem da ideia, como a coisa mais estúpida decidida pelo conjunto dos ministros das Finanças da União Europeia.
Na altura, (há um mês) Schauble distanciou-se da polémica, afirmando que a decisão de confiscar poupanças dos cipriotas era da responsabilidade do governo de Chipre.
A nuance dos pequenos depositantes e das contas protegidas pelo seguro de depósitos (até 100.000 €) de nada serviu. Schauble exigia no Eurogrupo uma taxa de 40% sobre os depósitos maiores e a desconfiança sobre a segurança dos depósitos bancários ficou adquirida.
Escrevi aqui em Março, na capitulação de Chipre e antes da abertura dos seus bancos: “A quebra na confiança bancária é irreversível, não provoca para já uma corrida aos bancos, mas implica a fuga massiva de capitais numa altura em que era mais necessário atrair investimento estrangeiro”.
O destino dos capitais em fuga dos países do “sul” da Europa é em grande parte para a Alemanha, onde (por agora) estão seguros.
A Alemanha perdeu a vergonha, Schauble conhece as implicações das suas afirmações públicas, sabe que está a desnatar países em dificuldades de meios financeiros, só pensa nos germânicos.
PS. No mesmo semanário, Schauble pediu para o BCE reduzir o excesso de liquidez na Zona Euro. Na Zona Euro? Em que zona da Zona Euro? …Pois!
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