quinta-feira, 4 de abril de 2013
Conselheiro de Estado compra ATMs na China.
Vítor Bento compra na China caixas multibanco.
O único fabricante na Europa de máquinas ATM (caixas multibancos) está em Portugal, tem a fábrica em Torres Vedras e pretende encerrá-la em Junho. A Talaris Portugal (antiga Papelaco) emprega 200 trabalhadores fixos mais 40 subcontratados, dados do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI).
O SIESI refere-se de forma crítica ao Conselheiro de Estado Vitor Bento, nomeado por Cavaco Silva em 2009 para o lugar deixado vago por Dias Loureiro (escândalo BPN). Vítor Bento é presidente da SIBS, Sociedade Interbancária de Serviços, entidade que gere a rede nacional de Multibancos, e, segundo se pode ler na página do sindicato “tem vindo a deixar de encomendar à fábrica portuguesa e a importar os equipamentos da China”.
No texto, o sindicato afirma: “A Talaris, adquirida em Julho de 2012 pela multinacional japonesa Glory, regista, anualmente, lucros superiores a 1 milhão de euros. É o único fabricante europeu de máquinas multibanco e de outros equipamentos de gestão de numerário que destina ao mercado nacional e à exportação. As exportações da Talaris para o mercado europeu atingem, anualmente, os 8 milhões de euros.
O plano da administração da Talaris, com o encerramento da fábrica, que é lucrativa, passa por importar da China equipamentos que agora exporta. Paralelamente, tem vindo a substituir progressivamente os trabalhadores que asseguram a manutenção dos equipamentos junto dos bancos, por outros, subcontratados e em condições de trabalho precárias.” (Texto integral aqui).
O economista e conselheiro Vitor Bento, comentador encartado e teórico neo-liberal, já muito antes do “aguenta, aguenta” do banqueiro Ulrich, dizia (em 2011) que “enquanto sociedade não há limites para o sacrifício” para contradizer Cavaco Silva que tinha acabado de dizer precisamente que “há limites para o sacrifício”.
De 2011 para cá, Cavaco tem demonstrado ter apreendido a lição do conselheiro Bento, desde o governo Passos Coelho que não tem preocupação com “limites para o (nosso) sacrifício”.
O conselheiro Bento também já disse coisas acertadas, uma é que em Portugal o sector não transacionável foi artificialmente rentabilizado; “excessivamente atractivo em desfavor da indústria” (Público 2010).
Palavras, conversa…quando toca a comprar nacional ou estrangeiro, a opção é pela caixa multibanco fabricada na China.
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