domingo, 28 de abril de 2013

Itália. Atentados. Matrimónio à italiana.

Atentado - durante o juramento do governo italiano - à porta do palácio Chigi.Abr.2013

Enquanto decorria o juramento dos membros do novo governo italiano, dois carabineiros eram atingidos num tiroteio à porta do palácio Chigi. A primeira informação é de que o atentado foi executado por um “desequilibrado”.

Dentro do palácio do Quirinale nascia um governo de equilíbrios duvidosos. Da Liga Norte ao SEL, do mais à direita ao mais à esquerda, a quase totalidade das forças políticas de Itália queriam um governo político, contrário ao “governo técnico” (“governo dos bancos”, como lá se diz). Não é isso que representa a actual composição governamental.

Os “gaspares” e os conluios com a Finança estão no governo italiano, assim como a oposição à política de austeridade europeia. Apesar de ser multicolor, o governo italiano é um atentado ao resultado eleitoral, regressa em força a democracia cristã (presente em várias formações) e são afastados os históricos de esquerda.

Ontem dizia no post (AQUI), sobre a carta aberta de militantes socialistas ao congresso do PS, que “os socialistas italianos tiveram bons resultados com as directas abertas”. Sendo verdade, o caso italiano veio demonstrar que a democracia mais alargada também pode ser subvertida, e de forma absoluta.

Matteo Renzi perdeu nas directas do Partido Democrático (PD), (maioritário nas eleições) para Luigi Bersani, mas o poder de Renzi no aparelho do PD arruinou as tentativas de Bersani contar com o seu próprio partido para formar governo. Isso, e o Grillismo, concebido a pescar votos nas redes sociais e a manipulá-los em proveito próprio. 

Dois meses de crise pós eleições gerais, deram na reeleição do presidente e num governo técnico/político contraditório.

Um "matrimónio à italiana", com muitos filhos e pais desconhecidos.

(corrigido: Palácio Chigi que fica na praça Colonna - obrigado pelo reparo do leitor).

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