quarta-feira, 12 de junho de 2013
Apoiar as empresas é não as afundar. Pagar as dívidas.
Cavaco Silva anda pela União Europeia, a pedir. Sugere que os países intervencionados beneficiem temporariamente de um “regime especial que lhes permita conceder incentivos fiscais ao investimento no sector dos bens transacionáveis”.
O financiamento das PMEs é um problema pelo preço do crédito bancário, mas é preciso saber para que se destina o crédito. Também a ideia de que bastam incentivos fiscais para que ocorra investimento, ou sequer que essas ajudas sejam fundamentais, nada tem a ver com a realidade das PMEs nacionais.
É mais importante o que António José Seguro anda a dizer sobre as dívidas do Estado às empresas, que o périplo europeu de Cavaco Silva. Seguro anda a comprometer-se como candidato a governante, Cavaco pouco risca agora e nada no futuro.
O Estado deve hoje às empresas mais de 3.000 milhões de euros (com mais de 90 dias de prazo de pagamento). Seguro diz: “Imaginem o que eram esses 3.000 milhões de euros na economia”. E nós imaginamos.
Seguro diz; “o Estado português deve honrar os seus compromissos” com as empresas suas fornecedoras e pagar o que lhes deve. E nós podemos imaginar que se Seguro for um dia primeiro-ministro o Estado deixa de ser caloteiro? É um programa eleitoral.
Os mais de 3.000 milhões de euros de dívidas do Estado são um enorme custo para o país. É um valor superior a quaisquer super-créditos ou incentivos fiscais.
Em Itália, no início de Abril (ainda governo Monti) saiu um decreto para pagar 40 mil milhões de euros (em 12 meses) de dívidas do Estado italiano a fornecedores. Mário Monti dizia ser uma situação inaceitável e o pagamento foi considerado um estímulo ao crescimento económico.
O que se exige aqui é menos discursos sobre o crescimento económico e a recessão, e mais acções concretas. Um plano para pagar as dívidas do Estado às empresas era uma medida anti-recessiva e favorável ao emprego. Discursos são conversa.
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1 comentário:
Muito do crédito caro que as empresas pagam à banca, é para aguentar a tesouraria enquanto não recebem do Estado. Isso é que é inaceitável.
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