quinta-feira, 13 de junho de 2013
Fecho da ERT, uma história mal contada.
Hoje é dia de greve geral na Grécia, contra o encerramento da TV pública. São muitas as expressões de solidariedade internacional com os gregos, inclusive de políticos com responsabilidades em governos da europa, mas nada é feito nas instâncias europeias para reverter a decisão do governo grego.
Pelo contrário, as exigências da troika tornam muito difícil a oposição dos partidos (Pasok e Dimar) que suportam o governo de Samaras e são contrários ao fecho da ERT.
Ao contrário do noticiado, a acção insólita do governo grego não foi surpresa. Desde Maio que se falava da intenção de Samaras e nos últimos dias foram várias as movimentações da oposição e os alertas dos jornalistas.
Aliás, aqui, no ClariNet, num post sobre a Grécia na terça-feira, colocámos uma imagem da sede da ERT e referimos o risco de encerramento, o que foi confirmado poucas horas depois.
A Comissão Europeia rejeitou responsabilidades no encerramento da ERT. Não só as tem pela pressão da troika para privatizações na Grécia, como faz chantagem que impede a alteração do mal feito.
Está para ser concedida mais uma tranche de 3.300 milhões de euros à Grécia, estando dependente o desembolso da estabilidade do governo. Quer o Pasok de Evangelos Venizelos quer o Dimar de Fotis Kouvelis estão de mãos atadas perante a abertura de uma crise, fatal para a governação da Grécia.
A data de encerramento da ERT não foi escolhida ao acaso, depois deste governo não haverá qualquer coligação na Grécia e todos sabem isso.
O sistema político grego está definitivamente arruinado, destruído pela falta de democracia no país onde a democracia nasceu.
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2 comentários:
Não é de estranhar. Eu relembro quando a RTP, pela mão dos seus adminstradores publicos, vendeu toda a frota de exteriores a uma nova empresa criada nos anos 80 (conhecida) e depois no mês seguinte, quando já não tinha frota própria, foi alugar os mesmos carros de exteriores dessa empresa a preços astronómicos...para poder fazer reportagens. Também me lembro quando em 84 entrei no edifício da RTP e na recepção um pintor estava co uma lata de 25 lts de tinta a pintar uma parede, e a usar como escadote um piano de cauda lacado a branco de uma marca muito conhecida e cara. E lembro-me de quando cheguei ao piso de da produção, nesse mesmo dia pelas 11H, e lá em cima, dos mais de 30 gabinetes, àquela hora havia dois apenas ocupados. Uma senhora a pintar umas enormes unhas vermelhas, e o produtor que nos esperava a ler o Josrnal a Bola (ainda em formato grande). O silêncio naquele piso de produção...era spulcral...às 11 da manhã. recordo também que para as ilhas vão anualmente 24 milhões de euros para a produção televisíiva. Ou seja, um milhão de euros por mês por arquipélago. E eu pergunto: o que é que os Açores e Madeira produzem de notícias e programas que que valham 2 milhões de euros por mês? Vacas a dançarem enquanto dão leite? O Alberto João a pavonear-se e a chamar-nos cubanos?
Não se admirem...e francamente...não tenham pena quando acontecer o mesmo à RTP.
Paulo Mesquita
Desempregado do sector privado, 53 anos, e a pagar impostos desde os 19.
O Relvas já não está cá, é mais difícil acontecer o mesmo à RTP, até porque o nível de democracia em Portugal foi reduzido, mas não está de rastos, como na Grécia.
Se esse texto, Paulo, é para demonstrar as vantagens do sector privado, olha que eu lembro-me de quando o Hospital Amadora-Sintra (o meu) tinha gestão privada.
Há “rádio e televisão públicas” em todos os países da União Europeia.
O modelo de televisão “querido” pelo governo grego é o alemão, mas:
Os factos são que a ERT (ver o site da Spiegel) custa um quarto dos serviços públicos de rádio difusão da Alemanha, descontando a diferença de rendimentos fica pela metade.
Comparativamente com a Baviera - 12,4 milhões de habitantes/Grécia 11,3 milhões – a ERT custa menos três vezes e meia que a emissora bávara.
A revista cita o Instituto Alemão de Comunicação Social para afirmar que a ERT é (era) considerada pelos gregos como fonte muito mais confiável que os canais privados gregos, “séria, responsável, equilibrada”.
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