domingo, 9 de outubro de 2011
Ongoing, o valor e os valores de Nuno Vasconcelos.
A entrevista de Nuno Vasconcelos ao Público de hoje vale pela divulgação de que a Ongoing recebeu de dividendos da PT (onde possui 10%) 400 milhões de euros para um investimento de 600 (!) milhões. Como se sabe a PT arrecadou pela venda da sua participação na “Vivo” seis mil milhões de euros, livres de impostos. Com o país próximo da bancarrota há quem ganhe milhões e nada contribua para as contas, impostos pagam os que vivem do trabalho.
O resto é a guerra de poder com a Imprensa e a pancada stressante de quem vive obcecado pelo dinheiro. O nome Ongoing deve ter origem na “oniomania”, uma doença compulsiva que leva a sentirem-se realizados com as compras, “going” será a badalada que mantém despertos os espertos dos negócios.
A entrevista é daqueles filmes que as crianças devem ver acompanhadas pelos pais. A frase de Nuno Vasconcelos “Balsemão pode ter sido um pai, mas faço aquilo que tenho de fazer contra tudo e contra todos” precisa de uma bolinha. O “vale tudo” é corrente mas não é decente. O “respeito pelo dinheiro” o valor que guia Nuno Vasconcelos, não é religião asseada para espalhar, há deuses mais nobres.
Para a opinião pública a Ongoing assemelha-se a uma “central de lobbying” com imenso poder. As contratações ajudaram, de Agostinho Branquinho (ex-deputado do PSD que na comissão de inquérito parlamentar PT/TVI desconhecia o que era a Ongoing) a gente das secretas incluindo o chefe Jorge Silva Carvalho. No Brasil as ligações são idênticas, correndo um inquérito do Ministério Público de S. Paulo sobre o uso de possíveis meios ilícitos para tornear a Constituição no domínio da comunicação social. Tem futuro.
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4 comentários:
Exmº Carlos Mesquita, não havendo outra forma de contacto, faço-o através de comentário.
Li este seu texto, que me leva a crer que não terá informação suficiente e/ou pertinente para formar opinião sobre o grupo Ongoing e as suas actividades.
Assim, permiti-me deixar-lhe alguma informação que, espero, ajude ao esclarecimento.
O grupo Ongoing é um grupo económico multisectorial, de raíz familiar, que tem como foco estratégico os sectores das Telecomunicações, Media e Tecnologia (TMT) e como área prefrencial de actuação o mercado global da língua portuguesa.
Em cinco anos de actividade, o grupo Ongoing tem percorrido um caminho consistente de desenvolvimento sustentado, reflectido nos seus principais indicadores económicos.
Em 2010, registou os seus melhores resultados, com o lucro a quintuplicar, para 235,5 milhões de euros, valor que compara com resultados líquidos consolidados de 44,9 milhões de euros apurados no exercício de 2009.
É verdade que os resultados obtidos em 2010 beneficiaram da evolução muito positiva da Portugal Telecom – empresa na qual o grupo Ongoing detém uma participação qualificada superior a 10% do capital.
Mas também é verdade que o grupo Ongoing reinvestiu todo o dinheiro ganho nestes cinco anos de actividade, procurando criar riqueza, construindo um projecto que assegure postos de trabalho.
Hoje – e sem ter em conta as participações financeiras – o grupo Ongoing emprega já 1500 pessoas, especialmente em Portugal e no Brasil.
Com os investimentos que fez, o grupo Ongoing fez crescer, por exemplo, a marca Económico, lançou a Etv – a primeira televisão portuguesa de informação económica –, e está a promover o desenvolvimento de três empresas portuguesas de tecnologia – que começaram por ser start ups, que têm trabalho feito em Portugal, com investigadores portugueses e que estão já a vender no estrangeiro.
Tudo isto é feito seguindo um princípio muito básico: é necessário criar riqueza para poder investir e criar desenvolvimento.
Não se consegue fazer de outro modo.
Assim, a frase descontextualizada referida no texto refere-se ao facto de o presidente do grupo Ongoing considerar inaceitável que se coloque em risco investimento, que se coloque em risco emprego, por má gestão.
Por isso, diz que não cederá ao compadrio – prática, aliás, que não acredito que o Carlos Mesquita apadrinhe.
Diz, também, que tem obrigações para com os seus accionistas – a quem prometeu zelar pelos investimentos feitos – e essas obrigações são incompatíveis com preferências familiares, quando está em causa a capacidade de criar riqueza e, por essa via, de criar emprego.
É que estão em causa cerca de 1500 pessoas, ou seja, cerca de 1500 famílias. E não nos podemos esquecer disso.
Por último, deixe-me sublinhar que o grupo Ongoing cumpre a lei em Portugal, cumpre a lei no Brasil e cumprirá a lei em todos os mercados onde está presente.
Desejando ter contribuído para o esclarecimento,
Melhores cumprimentos,
Ricardo Santos Ferreira
Director de Comunicação do Grupo Ongoing
Exmo Senhor Ricardo Santos Ferreira
Agradeço a informação institucional que é mais ou menos pública sobre a Ongoing. Não tenho intenções sobre o grupo Ongoing, ou interesses próximos ou distantes sobre as "guerras entre sociedades" de que a comunicação social dá notícia, envolvendo a Ongoing. A imagem pública da Ongoing é fruto da controvérsia entre meios muito poderosos, a blogosfera faz eco, mas aqui nem isso se fez.
Tenho opinião sobre os conceitos, expressei-a, os procedimentos ficam com cada um. A frase descontextualizada de que fala foi título de jornais e está replicada pela Internet, o que no mínimo significará que para além de mim outros a acharam chocante.
Não vê neste blogue ataques pessoais seja a quem for, sejam personalidades, instituições, ou "gente rica"; também verificará o cuidado com os termos para ser rigoroso quando se referem factos, mais que em alguns jornais. Por isso não há qualquer acusação de falta do cumprimento da lei, limitei-me a dar nota (nem está desenvolvida) sobre a investigação da denúncia feita pela Associação Nacional de Jornais Brasileiros. Sobre isso poderia fazer um post só com citações da imprensa brasileira mas não me interessa.
Os trabalhadores interessam-me, como os empresários que criam empregos (decentes), fui sindicalista e também industrial, tive a responsabilidade - como diz - de famílias, mas eram outros tempos, os profissionais não eram precários ou a prazo, sabiam que podiam casar, ter filhos, planear o futuro. Hoje não teria estômago para liderar uma empresa. Se calhar não escrevi sobre a Ongoing, foi mais sobre o estômago.
Os melhores cumprimentos
Carlos Mesquita
É chocante e não é preciso pisar tudo e todos.Estive 30 anos à frente de grandes empresas e nunca matei "pai nenhum", nem ser vivo!
"Desenvolvimento sustentável"?
Quem sustentou a Ongoing avançando-lhe os euros para a tomada de posição na PT?
Qual é o seu nível de endividamento e em que (quem) se sustenta?
Alvo de tão douto interesse O Clarinet arrisca-se a ser opado ou talvez apenas SIEDado.
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