quarta-feira, 12 de outubro de 2011
A propósito do emprego e dos empregadores.
Num comentário ao artigo aqui feito sobre a entrevista de Nuno Vasconcelos ao jornal Público, o director de comunicação do grupo Ongoing, Sr. Ricardo Santos Ferreira, realçou o facto de empregarem “1500 pessoas, especialmente em Portugal e no Brasil”. Uma volta rápida pelo “O ClariNet” diz que há aqui sensibilidade pelo emprego, por quem trabalha, é um argumento mais afectivo que efectivo.
A propósito do emprego e dos empregadores sabe-se que quem tem o papel essencial na criação do emprego não são os grupos económicos. Segundo as conclusões da Semana Europeia das PME realizadas em 2010, são empresas de pequena dimensão, (até 250 trabalhadores) e que representam 99% das empresas europeias, quem emprega e é fonte de novos empregos. O motor de relançamento e do crescimento económico são as PME e não os grupos empresariais.
O emprego mede-se em quantidade mas também em qualidade. É melhor ter um emprego qualquer que nenhum diz a doutrina dos homens de negócios, quando depende da qualidade do emprego a sua função social.
Por exemplo, a PT, que conheço melhor como empregadora, além dos empregos técnicos e ter apostado na investigação, mantém serviços prestados por trabalhadores de empresas de trabalho temporário a desempenharem funções permanentes.
Os trabalhadores precários podem estar eternamente nessa situação, são despedidos para voltar a assinar contratos com a mesma empresa, mudam de funções, de direcções ou para outra empresa de trabalho temporário, com outro nome, realizando o mesmo trabalho permanente para a PT. Que necessidade tem uma empresa como a PT de manter esta disfunção? Que efeitos tem na sociedade?
Onde estão os defensores da família e as preocupações com a natalidade? Como podem os jovens precários até à velhice construir uma vida? O modelo de desenvolvimento não pode assentar em empresas cuja preocupação é fazer dinheiro para os accionistas, daí nunca virá melhor distribuição da riqueza.
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carlos mesquita,
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2 comentários:
Fazer dinheiro para os accionistas, que não pagam impostos desses mesmos rendimentos.
Imaginemos que os 5,2 mil milhões que foram aplicados no BNP tinham ficado à disposição das PME's. Quantos empregos e quanta riqueza não teriam originado para o país? E fico-me por aqui (trabalho na banca!)
E, pior, com uma qualidade de serviço bem menor, como bem vi quando me apareceram aqui em casa dois jovens a montarem o sistema que a PT me vendeu. E, claro que as PMEs representam 60% do emprego e 80% das exportações. (ou vice versa!) Abraço.
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