domingo, 9 de setembro de 2012

António José Seguro ultrapassado por deputados do PS.

Fiscalizao sucessiva do OE para 2013.Set.2012

Seguro fechou a Universidade de Verão socialista, sem esclarecer claramente o sentido de voto do OE pelo PS. Não se sabe se as “consequências” das medidas de Passos Coelho serão o voto contra.

Apesar da indefinição de António José Seguro e das possíveis hesitações de Cavaco Silva, o pedido de fiscalização sucessiva do Orçamento de Estado para 2013 está assegurado.

O grupo de deputados do Partido Socialista que antes, e em boa hora, recorreram para o Tribunal Constitucional, já afirmaram ir reeditar a iniciativa “independentemente de qual venha a ser a opção da direcção do PS”.

O sucesso do pedido anterior e as circunstâncias agravadas das novas medidas de austeridade, tornam a recolha das 23 assinaturas exigidas mais fácil, mas caso não as consigam no seu grupo parlamentar, recorrerão “novamente ao Bloco de Esquerda”, como disse o deputado José Lello à Lusa. O jurista e ex-ministro da Justiça Alberto Costa “irá liderar a parte técnica do pedido”.

 A resposta dos deputados socialistas, logo após o anúncio de Passos Coelho, contrasta com a lentidão de Seguro. É verdade que o secretário-geral do PS disse aguardar pela apresentação do Orçamento de Estado (OE) para se prenunciar, mas com a sua experiência política devia saber que não há segundas oportunidades para marcar posição.
 O pedido de fiscalização do OE devia ter sido anunciado pela direcção do PS.

Seguro quer dar uma imagem de “estadista certinho”, ponderado e responsável, mas o que transmite é insegurança, ou pior, indefinição. Certo é que António José Seguro tem um tempo de aquecimento inadaptado para o ritmo da política em horas de crise, atrasa-se no compasso, deixa-se ultrapassar.

Há no Partido Socialista outros militantes, com garra e condições políticas para liderar o partido. Numa altura em que a contestação ao governo é generalizada, exigia-se mais vigor e assertividade do líder do maior partido da oposição. 

António José Seguro não deixou o seu grupo parlamentar votar contra o Orçamento de 2012, errou como toda a gente agora vê. Tem dúvidas no próximo OE? Com as medidas anunciadas? E ainda suporta em silêncio as pressões do PSD e do CDS para se abster? 

Seguro não tem muito mais tempo útil para se definir, ou se demarca em ruptura com a troika e o governo, ou mantem as posições de meias-tintas que tolhem o PS como partido de oposição.

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1 comentário:

augusta clara disse...

António José Seguro não conta. Ouvi-lo falar é como não ouvir nada. O problema é que este país passou a viver na arbitrariedade completa. Foi-se o Estado de Direito, o Presidente da Repúbica, que devia ser o garante do funcionamento das instituições, faz silêncio quando tinha que ter vindo já a terreiro condenar o desrespeito pela decisão do TC, neste momento em que as decisões do governo são de tal maneira criminosas que não há nenhum comentador que não as desaprove.