segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Financiamento às empresas? Dívida pública é melhor.
Arménio Carlos, da CGTP, referiu à saída do encontro (decepcionante) de hoje com a troika, que “ mil grandes empresas viram aumentado o crédito bancário em 1.000 milhões de euros, enquanto Um Milhão de pequenas e médias empresas (PME) sofreram uma redução no crédito de 4.000 milhões de euros.
Um artigo de hoje do jornal i (aqui) diz que “os bancos não estão a cumprir os planos de recapitalização assinados com o governo há dois meses no que respeita ao financiamento da economia”, o que “está a ter um efeito devastador”. O i lembra que “quando recorreram à ajuda estatal, O BCP, o BPI e também a CGD, noutros moldes, ficaram obrigados a investir 45 milhões de euros em pequenas e médias empresas e nas famílias”.
E eu lembro que em Abril deste ano, o presidente do BPI, Fernando Ulrich, disse que “os bancos portugueses têm deixado de dar crédito às empresas do Estado para comprar dívida pública portuguesa”.
O quadro (em cima, canal É) mostra a rentabilidade, segundo a agência Bloomberg divulgou em meados de Agosto, das dívidas portuguesa, alemãs e espanholas; sem dúvida o que está a dar é investir sem risco (enquanto durar o troikismo) e com grandes lucros, na compra da dívida pública nacional.
As empresas do Estado estão em segundo plano, algumas grandes empresas ainda têm algum crédito e as PME vão para o fim da bicha - quase nada lhes chega.
O financiamento dos maiores empregadores (que são as PME) é o mais urgente problema da economia (real) portuguesa, cada dia que passa fecham mais empresas viáveis (muitas delas exportadoras) mas o governo tem mostrado total incompetência a tratar do assunto.
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, já em 2011 tinha afirmado que a “compra da dívida pública por parte dos bancos estava a limitar a capacidade de concessão de crédito à economia”.
Os portugueses estão a passar mal para socorrer a banca, vivemos uma crise de dívida privada provocada pelas más práticas bancárias, a banca pede a 1% ao BCE para emprestar a 7% e mais; temos um banco do Estado (CGD) e o governo não consegue lidar com o problema do financiamento da economia.
Não quer. Passos Coelho assumiu uma posição passiva perante a banca, Portugal é vítima de um programa ideológico. A economia devia ser controlada pelo Estado Democrático e não pelos mercados mas com esta gente a governar não é possível.
“O plano de ajustamento é do governo e não da troika”. POIS!
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1 comentário:
Houve uma campanha com muitos meios para dar as culpas à troika, mas Passos Coelho sempre disse que era o seu programa que estava em execução. O ajustamento é do governo e está a falhar,aguentem que nem aguentam o pior.
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