sábado, 8 de setembro de 2012
Menos um salário no privado, mais austeridade.
Independentemente do que anuncie Vítor Gaspar para a semana, o mal está feito. O trabalho de um ano no controlo da opinião pública caiu com a medida de roubar um salário aos trabalhadores do sector privado.
O brutal imposto que representa mais 7% de contribuições sociais é um erro “fiscal”, um equívoco económico e uma asneira política.
Como imposto só permite um encaixe de 500 milhões para o Estado, provocando um agravamento da austeridade que impedirá qualquer aumento de receitas, antes pelo contrário. Os desequilíbrios vão aprofundar-se.
A redução da TSU; paga pelos trabalhadores em vez dos consumidores através do IVA, é um falso ovo de colombo. Não estimula o emprego porque nos maiores empregadores, as PMEs, empregam poucos e vão ter menos consumidores, logo, menos necessidade de produzir mais e aumentar o número de funcionários. A contração da procura vai continuar a levar ao fecho de empresas.
Mesmo para as grandes empresas, que passam a ter os custos do trabalho significativamente reduzidos, não são os salários o factor decisivo; os custos de contexto, energia, comunicações, logística, e fundamentalmente o financiamento são mais relevantes para a competitividade.
Os exportadores não exportam mais, por não terem como comprar matéria-prima para as encomendas adjudicadas ao preço dos actuais custos de produção. As empresas que vendem para o mercado interno precisam de consumidores com poder de compra para escoar o que produzem.
Não há equidade nos sacrifícios quando não se atinge a riqueza e o capital e só se agrava o factor trabalho. As chamadas gorduras do Estado, as rendas abusivas, os lucros excessivos de vários sectores são intocáveis. Cavaco e o Tribunal Institucional foram desautorizados. A medida vai ter dificuldade em passar.
A política do governo é uma tolice estratégica, a percepção de injustiça na distribuição dos sacrifícios é agora geral e toca círculos que suportavam a propaganda do governo; troikos assumidos como Gomes Ferreira entre outros, juntam-se à contestação. Os ecos da rua dizem que vêm aí tempos de brasa para o governo.
Numa coisa concordo, da comunicação de Passos Coelho, ele disse; “É a nós que compete desfazer os danos que infligimos à nossa economia”. O maior dano que os portugueses infligiram à economia nacional, foi ter elegido este governo.
Compete-lhes, de facto, desfazer o erro.
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