sexta-feira, 12 de outubro de 2012

D.José Policarpo. A rua não resolve nada.

Patriarca contra manifestacoes.Out 2012

O Patriarca da Igreja católica, Sr. José Policarpo, tem Dom. O Dom de dizer que a sua igreja não deve intervir na política e ele não fazer outra coisa cada vez que lhe apontam um microfone.

Reaccionário como é, e nada criativo como é apanágio da função, repete repetidamente a ladainha. Desta vez deu-lhe para interpretar a Constituição, decerto lida na versão da Casa da Moeda, o que é um problema. Se fosse uma Constituição mais católica teria o articulado em salmos e não saltaria nenhum antes de o decorar.

O que é que foi que ele disse? Que “não se resolve nada contestando, vindo para grandes manifestações”.

“Sejamos objectivos e tenhamos esperança” disse, (o objectivo subjectivo da esperança, se ainda fosse - tenhamos objectivos e tenhamos esperança) “que há sinais positivos” (deve ser o Orçamento de Estado) “este sacrifício levará a resultados positivos não apenas para nós mas para a Europa” (deve ser aquela parte da Europa que tem guardas suíços à porta).

Depois pronunciou a «única coisa» que preocupa a Igreja (dele), disse: “A única coisa que neste momento é preocupante é uma democracia que se define constitucionalmente como uma democracia representativa, onde as soluções alternativas têm lugar próprio para serem apresentadas, e neste momento está na rua”.

Continuou; “ … e portanto, até que ponto é que nós construímos uma saúde democrática com a rua a dizer como é que se deve governar”.

Veio o general Eanes apelar à intervenção da “voz credível” da Igreja, vieram os bispos defender-se; garantindo que têm alertado “para que as medidas de austeridade poupem aqueles que já vivem em profunda austeridade”; depois vem sua eminência estragar a cena composta a preceito.

Tudo isto porque a composição da Constituição não está em salmos, e saltou ao Dom o articulado sobre liberdade de manifestação (nem lhe falem no direito à rebelião). 

Outra razão pode ser o receio da concorrência, já há marchas do norte e do sul que não vão para Fátima mas para a Praça da Figueira. Talvez seja preciso uma entidade reguladora das marchas, das que procuram milagres e das que lutam pelos seus direitos.

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1 comentário:

Anónimo disse...

O policarpo tem razão no discurso salazarista.A igreija como instituição mafiosa e atrelada ao poder vai ficando sem freguesia e a sua ladainha é a procura do reino dos cés