O post (aqui) de há precisamente um ano.
Prometia muito e afinal…! Pode vir a ser o epílogo da história da mudança de secretário-geral da UGT. Quero crer que com Carlos Silva, a submissão da UGT às conveniências da troika contra os interesses de quem trabalha, não continue.
Carlos Silva já assumiu querer outra atitude; perante os “acordos na concertação”, o governo e os credores. Também indiciou maior abertura à colaboração com outros sindicatos e a CGTP.
No entanto, o que revelará uma viragem fundamental, será não permitir o uso da sua assinatura para dar no exterior a ideia de haver acordo social em Portugal, quando é generalizada a oposição à política do governo e da troika.
João Proença fica historicamente ligado ao pior período da UGT, de colaboracionismo com interesses anti-patrióticos, mais graves que a infidelidade aos anseios dos trabalhadores que representa.
Proença ameaçava muito, mas demonstrou ser um “encolhido”; Carlos Silva promete, espera-se que não seja uma decepção. Os mais sectários, dentro e fora do movimento sindical, nada esperam da UGT, eu confio na neutralização do papel negativo que a central sindical tem tido.
A UGT, se não for a bandeira virtual (mas usada), da chamada paz social, já é um pau. Um pau a bater para o lado certo.
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2 comentários:
Eu realmente não tenho muito a dizer sobre este assunto visto ser um desempregado do sector privado. E como há muito verifiquei que as duas centrais sindicais só levantaram o cú da cadeira e começaram a fazer muito barulho e manifestações quando o desemprego começou a ameaçar o funcionalismo público...concluí que as duas centrais sindicais são apenas para funcionários publicos.
Desde 2008 mais de um milhão de portugueses do sector privado ficaram no desemprego sem que a UGT e a CGTP fizessem algo de concreto para defender os interesses desses trabalhadores. Mas é também compreensível: afinal de contas são os funcionários publicos que sustentam o poder das centrais sindicais.
As empregadas fabris com salários mínimos não são tão importantes como o são as hospedeiras da TAP ou os chefes de correios com salários de €4000...
PMesquita.
Desempregado desde 2009
Paulo; estarás de acordo que não foram os sindicatos ou os sindicalizados que criaram os problemas aos trabalhadores. Globalmente são fruto do funcionamento do sistema e em análise mais miúda e caseira resultado das opções dos eleitores portugueses (maioritariamente trabalhadores). Arrependidos ou não, os portugueses têm o governo que elegeram.
Há o desempenho real das centrais sindicais e dos sindicatos e o trabalho aparente traduzido no “barulho”; o patrão Estado é mais fácil de confrontar, com resultados que se refletem também no sector privado. A administração pública são serviços para todos, dividir os trabalhadores em funcionários públicos e funcionários do privado não faz sentido; da qualidade dos serviços públicos - saúde, educação, transportes públicos, etc., dependem também as famílias dos trabalhadores privados.
Sobre a composição dos sindicatos não tens razão. Lê a “Comunicação Sindical da CGTP-IN” de José Rebelo e Rui Brites, estudo que está na Net. Em 2010, data do estudo CGTP/Marketest, os sindicalizados da Administração Pública eram 41,2% enquanto os sectores fabril e serviços faziam 43,3%. Podes ver aí a composição por região, escolaridade, função etc., e a análise dos problemas que se colocam aos sindicatos, que não cabem aqui.
Todos os trabalhadores lucravam em ter sindicatos com mais poder, não são uma coisa exterior a eles, não fazem a política do país, promovem a organização e defendem os interesses dos trabalhadores. Os sindicatos são o que os trabalhadores sindicalizados quiserem, é a razão para a sua sindicalização e participação; dá muito trabalho, com resultados lentos, mas é a última trincheira.
Paulo; uma estória pessoal recente: A minha nora foi despedida do hospital onde trabalhava a contrato (privado), recorreu ao sindicato; está em funções e efectiva.
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