quinta-feira, 18 de abril de 2013
Alemanha. Schauble e as insolvências na Zona Euro.
Deputados alemães aprovam resgate financeiro a Chipre. Schauble ameaça com contágio da insolvência de Chipre a outros países e crise no euro.
Hoje, enquanto almoçava e assistia à votação para eleger o presidente italiano, (uma vez que cá pouco se passou, excepto uma conferência bizantina do governo a convidar a oposição a suicidar-se) li em rodapé na Rai News, uma citação de hoje, de Schauble: - “uma insolvência de Chipre poria em risco Espanha e Itália”.
O jornal alemão Die Welt refere o mesmo discurso de Schauble, como ele tendo ameaçado; “se não se ajudar Chipre é inevitável a sua falência”, acrescentando que os países mais vulneráveis, Grécia, Irlanda e Portugal, seriam contaminados.
Independentemente da precisão das citações sobre os países (ANSA/DW/LUSA) há uma alteração do discurso alemão em relação a Chipre, e em comparação com o verificado na crise grega. Já não se ameaça os países em dificuldades, de expulsão, ameaça-se os deputados alemães de criarem uma crise no euro, nefasta também para a Alemanha.
O Die Welt traz hoje para título - precisamente - “Para Schauble a Alemanha é quem mais tem aproveitado o euro”. É o que por cá se diz há muito tempo e por todo o lado, excepto nos meios afectos à subserviência do nosso país e da União Europeia ao domínio germânico.
E agora? Depois do discurso do dono da política germânica, dona da política do Conselho Europeu, do Eurogrupo e em grande parte do BCE, ainda há medo em negociar com a troika? Os portugueses, se baterem o pé, perdem mais que os alemães, ou têm sequer muito para perder? Há a certeza de estamos em má situação negocial depois dos receios confessados pela Alemanha?
A certeza que há, é de que as cedências aos desejos integrais da troika são apenas fruto de esses desejos serem coincidentes com o programa político do governo, e só do governo. (Sobre isso há consenso nacional – é, aliás, o único consenso visível e previsível neste país).
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1 comentário:
Também há na Alemanha quem queira sair do euro.
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