domingo, 24 de julho de 2011
Extrema-direita na Noruega - de islamófoba a terrorista.
A situação que se vive no mundo e particularmente na Noruega após os atentados executados por Anders Behring Breivik é de incredibilidade.
Um terrorista, alto, louro e de olhos azuis, “norueguês de gema”, não era até aqui a figura padrão do terror.
Há muito que existem sinais preocupantes, nomeadamente nos países mais apreciados pela sua “democracia de sucesso”, como os da Europa do Norte.
Há uma nova extrema-direita que vem ganhando adeptos e votos aproximando-se ou chegando às instituições do poder em países ou regiões, com peso para influenciar a vida política europeia.
A nova extrema – direita é de natureza frentista a nível nacional, englobando alguns neo-nazis; dei aqui o exemplo da associação Sisu nos “Verdadeiros Finlandeses” sendo mais correcto designá-los genericamente de pró-fascistas, defensores de um nacionalismo étnico-religioso com variantes entre os de leste e do ocidente e a natureza das contradições históricas de cada país. Uns serão mais anti-semitas outros anti-islão, ou contra as minorias étnicas (que pode chegar a extremos como a “caça ao cigano” na Hungria). Têm sido chamados populistas, ultranacionalistas, fundamentalistas cristãos, racistas, anti-emigrantes, xenófobos e outras classificações mais ou menos rigorosas.
Quando encontram objectivos comuns, como o anti-islamismo, têm-se reunido numa espécie de Internacional da extrema-direita. Foi assim em Outubro do ano passado, em Viena, onde participaram partidos da Áustria, Eslováquia, Itália, Suécia, Dinamarca, e os nacionalistas flamengos. O propósito era um referendo europeu sobre a entrada da Turquia na União Europeia, um intuito que lhes trará mais visibilidade e alianças com a direita tradicional.
Tem sido no caldo de cultura existente na Europa, (contra o islão e também anti-emigração), que tem prosperado esta nova extrema-direita, com a complacência das outras direitas, que em alguns países precisam do apoio parlamentar dos extremistas para conseguir maiorias.
A extrema-direita tem conseguido capitalizar o descontentamento popular e o medo de se perder o Estado Social nas democracias do norte, e vai estar representada em maior número nas instâncias europeias.
O êxito político de organizações que se apresentam socialmente à esquerda, que passaram de eurocépticas para eurofóbicas, e de pendor ultranacionalista é um facto.
O que este acto terrorista intimidatório irá provocar na percepção política dos povos europeus não se sabe; será mais medo ou resistência ao avanço da extrema – direita?
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