terça-feira, 2 de agosto de 2011

Álvaro Santos Pereira e os carros de alta cilindrada.

omissãoAgo2011


É significativo (e triste) que da primeira audição parlamentar ao ministro da Economia, os meios de comunicação social façam títulos com o “ambiente de ostentação” no ministério e o número de motoristas. Arre! Na situação da economia portuguesa não conseguem tirar outro Sound Bite de horas de perguntas e respostas entre a Comissão de Economia e Obras Públicas da Assembleia da República e o “superministro” Álvaro? Será incapacidade jornalística?

Apesar do estado fraquinho da boa parte do jornalismo nacional, desta vez e pelo que ouvi a culpa não é do mensageiro. Não se passou nada na audição, pelo menos na (meia) parte a que assisti. Ouvi as generalidades do costume, da promessa de empenho do governo à crença que tudo vai mudar para melhor e novidades semelhantes. Perguntas que ficaram sem resposta, e respostas a fugir às perguntas, como é hábito na nossa política opaca e defensiva.

O que foi mais vezes repetido pelo ministro Álvaro foram frases como: “não vou divulgar isso aqui”; “em breve tudo ficará mais claro”; “dentro de dias se saberá”; também na versão semanal, “será tudo desvendado dentro de poucas semanas”; ou até datado sem data definida, “da próxima vez que vier a esta comissão”…

Não era melhor antes de convocar um ministro para uma audição parlamentar, enviar-lhe as perguntas; e já agora com várias hipóteses de respostas com um quadradinho para assinalar a opção. Ele depois dava cada pergunta a uma comissão (das já criadas ou a criar) que estudava a matéria e o industriava de forma a poder brilhar? Assim fazem uma figura desgraçada.

Cada vez que membros do governo vêm a público falar das políticas, evidenciam uma impreparação que envergonha ver. Não têm resposta clara para coisa alguma, partem para divagações que nada têm a ver com o assunto, metem os pés pelas mãos, contradizem-se ou contradizem outro colega do governo, uma confusão pegada. Não sabem explicar porquê, só têm a certeza de ter razão, o que é perigoso.

Fica a sensação de estarmos a ser governado por amadores, com ideias avulsas e o privilégio de as experimentar. Acontece que estão a ser ensaiadas num laboratório que é um país. Um país onde vivem pessoas!

2 comentários:

DOMINGOS ESTANISLAU disse...

Bem analisado. Não sei onde foram descobrir esta gente, que hoje diz uma coisa e amanhã dizem outra. E quando eles se atropelam em declarações ?!

Dezembro 1921 disse...

Ah Mesquita,destes-lhes bem.