terça-feira, 9 de agosto de 2011
Motim em Inglaterra, a violência alastra.
Uma manifestação de protesto contra a morte pela polícia dum jovem de 29 anos, em Tottenham, transformou-se num conflito violento que desde sábado se estendeu a outros bairros de Londres, e outras cidades inglesas.
A onda de protestos, com confronto entre polícias e jovens, subiu de tom com os incêndios de carros e edifícios, o saque de lojas. Os jovens conquistaram as ruas e alargaram a acção violenta a bairros onde nunca tinha existido conflitos.
Mais tarde se fará a análise do que despoletou os incidentes, mas desde o início que se ouviu na televisão gente de Tottenham, referir o desemprego e os cortes orçamentais feitos pelo governo de David Cameron, como o “caldo” em que germinou a revolta.
Os cortes orçamentais encerraram os clubes juvenis que ocupavam os jovens dos bairros pobres, foram reduzidos os fundos sociais e o desemprego é a condição habitual para a maioria deles. É nessa realidade que nasceram estes actos de violência.
A repressão policial vai amainar os protestos, mas o explosivo fica lá esperando outro rastilho.
Em Março realizou-se em Londres aquela que foi considerada a maior manifestação da Europa dos últimos tempos, com centenas de milhar de pessoas contra as medidas de austeridade. O governo estava a participar na agressão à Líbia, não deu mostras de ter ouvido os manifestantes.
A Inglaterra está a gastar as libras nas guerras do Afeganistão e da Líbia e não quer pagar a paz social no seu interior; é uma opção de política com os resultados à vista. É também um sinal para outros países que estão a aplicar medidas cegas de austeridade em período de recessão. Quem está encurralado e não vê futuro, pode reagir mal – pode ser muito violento.
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