segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Governo vende BPN ao BIC. Porquê?

oclarinetBPNago2011


A saga da roubalheira do BPN ainda vai continuar. Há quinze dias dizia aqui que a dúvida era o custo para os compradores; esperava-se um valor de saldo mas 40 milhões é descaramento. É muito menos (4,5 vezes) que o valor de 180 milhões do preço inicial de venda. Um negócio desastroso para o Estado.

Também interrogava se iam sobrar mais pagamentos para os contribuintes portugueses, – vão! A somar aos 2.400 milhões que as finanças admitem como custos do Estado até agora, vão ser gastos mais 550 milhões na recapitalização e serão os contribuintes a pagar as indemnizações aos cerca de 50% de trabalhadores bancários dispensados.

É uma vergonha nacional que um banco administrado por figuras de topo do PSD (do Cavaquismo), objecto de roubo interno de tal monta, que obrigou o Estado a nacionalizá-lo, para impedir “o colapso do sistema financeiro português”, venha a ser vendido depois de saneado financeiramente pelos contribuintes, por uma bagatela.

O que não está claro e cheira a negociata é a decisão do governo de entregar o BPN ao BIC, quando era público que havia uma proposta que ultrapassava os 100 milhões de euros. A estadia de Paulo Portas em Angola e o facto de o nosso “homem mais rico”, Américo Amorim, deter 25% do BIC, não deve ser estranho ao despacho do governo de Passos Coelho. É de esperar que se aviem as privatizações da mesma forma – atabalhoada e despachada.

Curiosa coincidência é que um banco cuja fraude levou à prisão de um governante de Cavaco Silva (Oliveira e Costa) venha a ser comprado por um ex-ministro (de todos os governos cavaquistas) e colega de governo do acusado. Foi um negócio fino, altamente lucrativo para quem comprou e péssimo para os contribuintes portugueses.

Como diz a publicidade das esferográficas, para escrituras finas – Bic laranja.

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