segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Estudo sobre a Saúde é só mais um.
Em Portugal andam todos entretidos com a discussão de estudos; hoje foi da Saúde ou hospitais ou não sei quê, antes foi sobre a RTP do futuro (ou sem futuro), já houve sobre os transportes públicos para ricos e passes para os sem-abrigo, sobre o dinheiro que falta nos colégios por ir para o ensino público, sobre o efeito do consumo de água com gás no Parlamento, de apara-lápis no Ministério Público etc. Confesso que é possível que tivessem outros nomes, foi ao que me soou.
Que interesse têm os estudos divulgados pelo governo? Sabemos serem coisas de encomenda com objectivos políticos, sem qualquer credibilidade. Do ponto de vista dos contribuintes, não servem para mais nada senão para gastar o dinheiro do (restritivo) Orçamento de Estado Nem são para seguir nem para não seguir.
O que espero conhecer, é quantos milhões têm custado aos contribuintes os estudos (externos) que Passos Coelho manda fazer por tudo e por nada, e não trazem nada de novo ou criativo. Os estudos que têm vindo a público têm sido acusados por (outros) especialistas das diversas áreas de serem a repetição de anteriores e de pior qualidade.
Então porque se fazem os onerosos estudos? A resposta é – para governar! Sem “estudos” seria mais difícil governar, cada ministro cada executivo, tinha de assumir a paternidade das medidas, coisa que não dá jeito quando elas não são populares.
Mas para além da desculpa da base científica dum relatório, para lixar o pagode, o estudo também serve para demonstrar a benevolência dos governantes; se um estudo diz que a electricidade precisa aumentar 30%, e os papagaios da comunicação social debitam a notícia com a ignorância do “tem de ser” e do ´”é inevitável”, é bem possível que apareça um Álvaro a dizer que conseguiu que o aumento não seja tanto. Os crentes Álvaros acreditam que o crente povinho fica agradecido, por isso não fazem outra coisa.
Todos sabemos que na política, perante um “estudo científico” que demonstre seja o que for, são possíveis outros a demonstrar o contrário e usando igual “ciência”. Com a escolha da equipa que vai elaborar os estudos já vêm as conclusões. É como na televisão, querendo-se um programa imbecil há duas formas de o conseguir, ou com gente inteligente a fazer de imbecis, ou com imbecis de gema.
O mais importante é que haja noção de que há serviços públicos que estão a desfazer que são para alguém voltar a montar – custe o que custar.
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