sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Embargo ao Irão; quem ganha com o negócio?

Dolphin. Jan 2012 

Depois da Europa, EUA convencem Japão a comprar menos petróleo aos iranianos.


Os embargos económicos a Estados soberanos, determinados por opções políticas geoestratégicas, embora assumindo sempre razões de direitos humanos ou de segurança e paz, têm efeitos ou não sobre quem são exercidos – o poder político do país alvo. Quando afectam a economia do país quem acaba por mais sofrer é o seu povo, o primeiro a sentir necessidades.

Noutros casos, como é flagrantemente o iraniano, são mais os prejuízos colaterais, (sentidos sobretudo nos países europeus em crise, como o nosso) que os danos no Irão. As sanções são sobre o Irão, que tem meios para as suportar; o aumento dos combustíveis são aqui, na vizinha Espanha, e por aí fora onde o funcionamento da economia depende da compra de petróleo.

Para o Irão, a única consequência é ter de vender o petróleo que iria para o Japão, à China e à Índia, que já se ofereceram para o comprar com o devido desconto. O tiro Americano saiu pela culatra, o confessado principal adversário estratégico, a China, passa a dispor de energia mais barata para crescer mais depressa. Israel e a Alemanha são os outros ganhadores, reatando o negócio de armamento nuclear que esteve em risco.

Em Outubro passado, a Alemanha ameaçou cancelar a entrega de um submarino “Dolphin”, da última geração, em protesto pela construção de colonatos por Israel, na parte árabe de Jerusalém. A crise, que um dia se chamará do “Estreito de Ormuz” desbloqueou a situação, e o submarino lá vai.

Como nota, registe-se que o fornecimento de submarinos alemães a Israel, ao abrigo das “compensações pelo holocausto” (mundo louco este, que dá armas de guerra nuclear em nome do holocausto) vem desde 1990, tendo a Alemanha dado (!) os dois primeiros, passando a receber uma percentagem progressiva sobre os seguintes. O actual é custeado em um terço pela Alemanha, um dia destes Israel vai pagar por inteiro as encomendas.

Quem ganha com o embargo ao Irão? Os portugueses não são com certeza, que ficam com a economia menos competitiva com o aumento dos combustíveis. Paulo Portas devia ponderar antes de apoiar publicamente esta política americana, e Passos Coelho, e o ministro Álvaro pois isto vai reflectir-se no preço dos pastéis de nata.

(Ver AQUI  "Irão sanções; EUA pressionam União Europeia".)
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