quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Irão sanções; EUA pressionam UE para a via da guerra.

RQ-170 capturado pelo Irão. JAN 2012


A União Europeia chegou a um acordo de princípio para proibir as importações de petróleo iraniano. Sobe de tom a ameaça à paz no Golfo Pérsico, países da NATO dispostos a provocar uma guerra de efeitos imprevisíveis.

As medidas punitivas contra o Irão, que os EUA lançaram internamente contra qualquer empresa nacional ou estrangeira a operar no território americano, ameaçando-as de congelar os seus bens se adquirirem petróleo iraniano, tem um alcance limitado. Alargar essa pressão à Europa com a natureza do poder político existente na União Europeia, completamente alinhado aos interesses americanos e sem política estratégica internacional própria, tem sido fácil. A concordância da Grécia, grande consumidor de crude iraniano, baseia-se certamente em promessas de auxílio que impeçam a sua bancarrota.

Mas esse embargo é incapaz de bloquear economicamente o Irão, é uma pequena percentagem das suas exportações e tem garantido o escoamento do crude para clientes alternativos. É portanto uma medida mais política que económica, de propaganda do isolamento e não de efectivo isolamento.

Já as provocações militares podem ter outros resultados; as manobras militares de ambas as partes, a ameaça do Irão de encerrar o estreito de Ormuz, as manifestação de força dos testes balísticos, a demonstração de que o Irão domina a alta tecnologia da guerra electrónica, (como foi o caso de conseguir capturar e pousar em segurança, o avião espião teleguiado RQ-170 Sentinel) são tudo factores de que uma guerra no Golfo teria muitos imponderáveis.

O comportamento da China é outro problema. Os Estados Unidos estão a fazer um perigoso jogo político-militar de cerco aos interesses estratégicos da China; tentou alterar equilíbrios nas fontes energéticas a leste, expande-se com bases militares a sul, e pretende afirmar-se como única potência dominante na região do Norte de África ao Golfo Pérsico. A “Aliança Ocidental” está a tocar muitos burrinhos simultaneamente. Que alguém passe da retórica para vias de facto é uma ameaça real.

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1 comentário:

Carlos Loures disse...

É o que se chama abrir a caixa de Pandora. Obama está a desiludir os poucos que tinham ilusões - é um "bom" americano no mau sentido. No pior sentido. E sabemos em que mãos está a UE. Não é gente para dizer não aos donos.