PS com mais sete pontos que o PSD, esquerda (PS, CDU, BE) com mais 24 pontos que a soma do PSD e CDS; é a conclusão da primeira sondagem (Universidade Católica) após a grande manifestação de 15 de Setembro.
PS - 31%; PSD – 24%; CDU – 13%; BE – 11%; CDS – 7%; Outros – 3%;
Brancos e Nulos – 11%.
O Partido Socialista já estava ligeiramente à frente do PSD na sondagem (Eurosondagem) realizada de 10 a 13 deste mês, após os anúncios, na semana anterior, sobre a “Redução dos Escalões do IRS”, e de “Menos um Salário no Privado”.
O tombo significativo do PSD, de 12 pontos no barómetro da “Católica” ou de 9 pontos em relação à “Eurosondagem”, após a manifestação de 15 de Setembro, significa uma perda de confiança de difícil reversibilidade, com os maiores números de sempre nos votos brancos e nulos. Desta vez é a base social de apoio do PSD que está desiludida com quem elegeu.
Os partidos claramente anti-troika sobem no conjunto aproximadamente 33,5%, o que quer dizer que a contestação não é apenas sobre a TSU, enquanto o Partido Socialista lidera não subindo e há maioria de esquerda por causa da grande descida do PSD. O CDS não acompanha o desastre PSD. Resultou o distanciamento de Portas em relação à política de austeridade; em rigor não é verdade, mas funcionou.
O plano de António José Seguro é chegar a primeiro-ministro como chegou a líder do PS, esperando que o desgaste governativo elimine o adversário. Tal atitude, quando se está a implementar a destruição do país, é cobardia e colaboracionismo com um programa ideológico contrário aos fundamentos do período democrático pós 25 de Abril.
O governo de Passos Coelho como existia no início do mês foi ao ar. Não são operações de cosmética, mostrando-se agora bom aluno em relação às críticas internas, da sociedade e do próprio PSD, que alteram a matriz extremista que tem evidenciado.
Já antes anunciaram predisposição para o diálogo, com recaídas constantes na arrogância de cariz totalitário. Nenhum indicador diz que o plano da troika terá sucesso ou que este governo será, algum dia, capaz de inverter a situação de penúria generalizada para onde caminhamos.
A sondagem só confirma; este governo, como o conhecemos, tem os dias contados, e quanto menos tempo exercer o poder menos difícil será a recuperação do país.
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3 comentários:
Estou-me nas tintas para as sondagens. Vai tudo dar ao mesmo. Estou a ficar niilista, não no sentido de "se Deus morreu, então vale tudo" como os Karamazov, mas naquele em que o que é preciso é recomeçar a pensar a partir do zero em que este país já se encontra, ou não?
A partir do zero só me ocorre indicativos de telefone, ou o 007 de Sua Majestade… eu “não preciso” de pensar nisso.
Para ti vai tudo dar ao mesmo, tens sorte, nem precisas de nenhum dos niilismos para todos os gostos; tal como eu não preciso de comer buracos de queijo suíço, que, como os niilistas sabem, têm o sabor dos buracos de queijo de qualquer outro país.
Digo eu, que ao contrário dos niilistas, nunca comi buracos de queijo.
Há muita coisa que vale a pena que partiu do zero. Olha, o 25 de Abril, por exemplo. Já sei que vais dizer que não. Depende do ponto de vista, não é?
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