quinta-feira, 14 de março de 2013
A Mão de Deus e os argentinos. Maradona e Bergoglio.
D. José Policarpo disse ter havido “Mão de Deus” na designação do Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio na Argentina. Ouvi na TSF.
Não parece mão de Deus.
Andei em viagem, não me juntei por isso à denúncia do passado de Bergoglio. A polémica ressuscitou como Bergoglio temia, caso fosse eleito Papa. Pode-se especular que seria a sua boa relação com a ditadura argentina, a razão que o levou a pedir para não ser nomeado, no Conclave que designou Ratzinger.
Como já está mais divulgado, o agora Papa foi denunciado em 2005 pela Justiça do seu país, por envolvimento no sequestro, pelos militares da ditadura, de dois religiosos jesuítas (Francisco Jalics e Orlando Yorio) que estavam sobre as suas ordens e protecção. Segundo a acusação, fê-lo por eles se negarem a deixar de visitar as favelas.
Em 2011, o Ministério Público e a associação Avós da Praça de Maio, pedem a convocação de Bergoglio para depor sobre o “roubo de bebés”, dado haver provas documentais de que ele soube dos casos, quando se sequestravam bebés nascidos nas prisões da ditadura, e negou-o mais tarde.
O cardeal Jorge Bergoglio foi um opositor particularmente activo aos governos progressistas de Néstor e de Cristina Kirchner, chegando a participar numa manifestação de rua.
Depois da publicação de vários depoimentos, em 2010 e 2011, que o indicam como colaborador da ditadura, não seria recomendado para Papa.
O que se alterou? As nomeações papais têm sido tão direcionadas politicamente como os prémios Nobel da Paz. Não é coincidência os Papas estarem no âmago de alterações fundamentais do poder politico nos últimos tempos. A seguir ao polaco e ao alemão, com os resultados visíveis, nomear um da zona do mundo onde se faz tudo por escapar às centrais mundiais de dominação é um sinal.
Não é um sinal de Deus. Bobby Robson, depois do jogo do mundial do México, entre a Inglaterra e a Argentina dizia sobre o golo de Maradona; “não foi mão de Deus, Deus nada tem a ver com aquilo, foi a mão de um malandro”.
Gosto de Maradona mas foi malandrice. Será o Vaticano capaz de malandrices?
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