domingo, 24 de março de 2013
Em memória do massacre nazi de Sant´Anna di Stazzema.
Em 12 de Agosto de 1944, três centenas de soldados nazis alemães cercaram a vila italiana de Sant´Anna di Stazzema, na Toscânia, e assassinaram 560 pessoas incluindo mulheres, crianças e idosos, naturais e refugiados na aldeia.
Os alemães, em retirada pelo norte de Itália perante o avanço dos Aliados e o aproximar da derrota militar, cometeram crimes de guerra sobre as populações. Represálias pelo apoio à resistência partigiana que combatia a ocupação alemã, ou simples terror; os relatos são de atrocidades de grande crueldade.
O massacre foi comprovadamente documentado em 1994, quando foram encontrados acidentalmente centenas de relatórios num armário metálico (chamado pela imprensa “armário da vergonha”) na cave do tribunal militar de Roma. Em 2004, um tribunal militar italiano iniciou o julgamento de 10 ex-soldados nazis envolvidos e ainda vivos, condenando-os em 2005 a prisão perpétua. Vivem na Alemanha.
Hoje, os chefes de Estado de Itália e da Alemanha, Giorgio Napolitano e Joachim Gauck, prestaram homenagem à memória das vítimas do Nazi-fascismo, visitando o lugar simbólico de Sant´Anna di Stazzema.
Uma carta do sobrevivente Enrico Pieri, dirigente da associação dos mártires de Sant´Anna di Stazzema, entregue pelo presidente italiano ao seu homólogo alemão o mês passado, despoletou o evento histórico de hoje; “como a visita de Willy Brandt ao gueto de Varsóvia”, segundo Napolitano, “onde ele se curvou pedindo perdão”.
Giorgio Napolitano disse ser “provavelmente o último acto público no fim de sete anos” de presidência, e “estar feliz” pelo seu significado. Subir o monte até ao monumento para tocar “o absurdo e a crueldade sem desculpa, que atingiu a pequena aldeia” para “não se esquecer a vergonha e a catástrofe para onde o fascismo arrastou a Itália”.
O presidente alemão destacou o público no derrube dos muros de silêncio sobre os massacres. Joachim Gauck disse “inclinar-se perante” Enrico Pieri, o sobrevivente, que “fala do futuro da Europa e não do passado”. Ambos os presidentes realçaram a conciliação entre os povos.
Enrico Pieri dirigiu-se aos dois presidentes e disse: “ A Europa em 45 foi destruída, nós reconstruímo-la, agora cabe a vós torná-la maior”. (piú grande)
Memorável num dia que pode ser trágico para a Europa. Nada aponta para o discurso da montanha toscana; do anti-nazi-fascismo, da conciliação entre os povos, do respeito pelos países independentes, da paz, ou da Europa “piú grande”.
Para já, vamos ver no que dá Chipre…
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