quarta-feira, 6 de março de 2013
Morreu Chávez. Está viva a luta contra a pobreza.
Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio escrevia em Janeiro sobre
“A demonização de Chávez
Hugo Chávez é um demónio. Por quê? Porque alfabetizou 2 milhões de venezuelanos que não sabiam ler nem escrever, mesmo vivendo num país detentor da riqueza natural mais importante do mundo, o petróleo.
Eu morei nesse país alguns anos e conheci muito bem o que ele era. Chamavam-no a “Venezuela Saudita” por causa do petróleo. Havia 2 milhões de crianças que não podiam ir à escola porque não tinham documentos… Então, chegou um governo, esse governo diabólico, demoníaco, que faz coisas elementares, como dizer: “As crianças devem ser aceitas nas escolas com ou sem documentos”.
Aí, caiu o mundo: isso é a prova de que Chávez é um malvado malvadíssimo. Já que ele detém essa riqueza, e com a subida do preço do petróleo graças à guerra do Iraque, ele quer usá-la para a solidariedade. Quer ajudar os países sul-americanos, e especialmente Cuba.
Cuba envia médicos, ele paga com petróleo. Mas esses médicos também foram fonte de escândalo. Dizem que os médicos venezuelanos estavam furiosos com a presença desses intrusos trabalhando nos bairros mais pobres. Na época que eu morava lá como correspondente da Prensa Latina, nunca vi um médico.
Agora sim há médicos. A presença dos médicos cubanos é outra evidência de que Chávez está na Terra só de visita, porque ele pertence ao inferno. Então, quando for ler uma notícia, você deve traduzir tudo.
O demonismo tem essa origem, para justificar a diabólica máquina da morte.” Eduardo Galeano
Morreu Hugo Chávez mas está viva a luta contra a pobreza na América Latina. Um texto equilibrado no Público, de Ana Gomes Ferreira, refere a existência de mais de 30% de pobreza na Venezuela e muito se vai ouvir falar nestes dias da pobreza na Venezuela.
Faltou referir nesse artigo que na Venezuela a pobreza ultrapassava há dez anos os 60%. O governo de Hugo Chávez, reduziu num curto prazo, a pobreza para cerca de metade. Podem fazer todas as campanhas internacionais contra o chamado “socialismo do século XXI” de Chávez, mas o povo venezuelano não esquece as grandes alterações na educação, na saúde, na habitação, na sua dignidade como povo.
Os ataques à Venezuela e aos povos da América Latina vão continuar na imprensa e vão continuar os projectos conspirativos estrangeiros e das antigas oligarquias. A Venezuela por agora está bem entregue, e a maioria da América Latina também. Tivesse a Europa líderes semelhantes e não estaria a caminhar para o buraco.
Morreu Chávez, continua viva a sua luta pela dignidade e independência dos povos. Que na América Latina continuem a encontrar mais felicidade que pela mui civilizada e rica Europa, felicidade, é coisa que se vai perdendo.
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