domingo, 13 de novembro de 2011

Otelo. Golpes de Estado.

Golpe de Estado 25 de Abril Nov 2011


Otelo apelou a um golpe militar? Ouvi a entrevista de Otelo, algumas reacções, pareceu-me tudo “normal”, o costume, o homem fala e deturpam-lhe o discurso, já vem da inexistente conversa sobre o Campo Pequeno. Neste caso esmeraram-se.

Perante a minha dúvida se teria ouvido bem, fui ao Youtube ver uns vídeos da entrevista. Não encontrei um sem corte e costura (manipulado na montagem ou incompleto); não encontrei nenhum em que Otelo apele a qualquer golpe de Estado.

Disse umas evidências e deu a sua opinião. Disse “Os militares têm a tendência para estabelecer um determinado limite à classe política” é lapalissiano, razão do nosso 25 de Abril ou do recente abandono de Papandreou na Grécia; quando a gestão política não consegue manter os equilíbrios na sociedade surge a solução militar, umas vezes trazem ditaduras outras instalam democracias.

Se um golpe militar é mais fácil hoje que em 1974, por haver menos quartéis ou quantos homens seriam precisos, é uma opinião profissional, poderia ser perguntado a qualquer militar e qualquer militar daria a sua resposta.

O comentário à “manifestação da família militar” de ontem, foi o pretexto para a inventona mediática do apelo ao golpe militar de Otelo. Disse, “para mim, a manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o governo” e disse a seguir “não digo que deva ser feito já, mas quando forem ultrapassados os limites”. Acabou a dizer, “se me fizer a pergunta de quando estarão ultrapassados – não sei dizer”.

Independentemente da opinião de Otelo, a história indica que “ultrapassados os limites” podem suceder golpes militares, “assassinatos políticos, tentativas de revolução” etc. Quem o diz são os historiadores económicos, como Jachim Voth e Jacopo Ponticelli, autores do estudo “Austeridade e Anarquia: Cortes Orçamentais e Agitação Social na Europa, 1919-2009” e cuja entrevista (de Voth) à Lusa foi publicada no DN e em vários blogues, (alguns dos que criticam as palavras de Otelo nem lêem o que publicam). Os golpes de Estado fazem-se quando estão reunidas as condições para eles acontecerem, sem dúvida quando a política “ultrapassa os limites”.

O general Garcia Leandro afirma que Otelo disse uma asneira, pois o governo, diz o general, tem apoio de 80% dos portugueses. Deixemo-nos entrar em 2012 para ver se o general não terá de rever as casas decimais da asneira que afirmou.
(continua)

(Para ver últimos posts clicar em - página inicial)

2 comentários:

Anónimo disse...

otelo should not call for a coup d'etat but rather for a referendum on the coelho's broken promises and the outrights lies that he used to win the last election.

the military should guarantee the democratic imperative that the people be informed and their will be expressed and respected.

if al capone won an election with false promises and then hijacked the country for criminal purposes while violating his promises, it'd be the duty of everybody to "subvert the state", not only of the country's military.

when feudal lords increased exploitation and expropriated their subjects in order to escape from their financial wrecks, they would always ask their people to "respect the law" (the law they had just changed; see coelho de passo).

but the alternative of defaulting on the parasitic bankers should be on the referendum ballot, not that of giving back the power to the self-annointed by-bribe-only manager class of the plutocrats (i.e., the "socialists").

Unknown disse...

A minha leitura do que disse Otelo é literal, os abusos têm limites; a qualidade da democracia está em causa cá - por "usarem mentiras para serem eleitos" e por aplicarem um programa que não foi sufragado; como está na Grécia ou na Itália onde nem houve eleições.
Se o meu caro "anónimo" não se importa respondo-lhe num post que estava previsto como continuação deste.