segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Portugal igual à Grécia. Pode acontecer, diz Passos.
Passos Coelho disse em entrevista ao Porto Canal que “a ideia de que estamos num círculo vicioso que só produzirá maus resultados como na Grécia, não está a verificar-se”; mas adiantou, “não estou com isso a dizer que não possa um dia acontecer”.
Afirmar uma coisa e o seu contrário é habitual nos porta-vozes deste governo, sempre poderão dizer mais tarde, perante os desastres, que já os haviam referido no passado. Neste caso é avisado, pois são muitas as vozes de que seguimos a Grécia, tintim por tintim.
A forma contraditória de como Passos Coelho pinta a situação do país, ora com tons brilhantes de sucesso ora com o breu da tragédia, esborrata-lhe o discurso e confunde o auditório.
Assim, no mesmo dia em que Passos Coelho dizia no Porto que estava a conduzir bem mas não sabia se a viatura tinha travões, foi a Fátima fazer o milagre de pôr a juventude social-democrata a cantar vitória por não ter futuro.
É óbvia a intenção de Passos Coelho - através do medo paralisar a contestação. A ausência do discurso de esperança não é defeito, é estratégico na comunicação do governo. Por vezes exagera.
Diz que faltam 20 a 30 anos para pagar a dívida, que aumenta apesar de os portugueses terem visto cortes de 13 mil milhões de euros e dizerem-lhes que ainda falta cortar mais 4 mil milhões.
Com esses anos ficou a Argentina depois de recusar pagar, correr com o FMI e renegociar com os credores. Não precisa de perguntar a nenhuma troika se pode aumentar o salário mínimo ou de vender as joias do Estado em saldo, e a sua economia cresce acima das economias regionais. E a Grécia vê perdoar 50% da sua dívida.
Passos Coelho promete o pior de dois mundos porque precisa da crise para as negociatas das privatizações e das mudanças ideológicas na sociedade portuguesa. A possível bancarrota de 2013 vai obrigar a uma negociação em piores condições que teve a Argentina. É a Grécia, que num dia de 2013 nos pode “acontecer”.
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