segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Eleições primárias abertas, Louçã e os outros.
Rui Tavares volta hoje a abordar as primárias abertas, afirma que “Francisco Louçã distorceu completamente a ideia, dizendo que alguém queria impor uma lei aos partidos”. De facto, Louçã baralhou as primárias que já existem no PS, PSD e CDS, com as primárias abertas que nunca por cá houve; juntou ainda direitos constitucionais, dos militantes partidários, e medos vários.
Os militantes dos partidos decidem quem os representa, directamente ou por interposto órgão, como um congresso; mas também decidem de que forma querem que ocorra a eleição desses representantes. Alargar os votantes aos seus simpatizantes declarados, que é o que são directas abertas, não é populismo. Se um partido decide ter primárias abertas é uma decisão democrática.
Nas organizações, onde quem discorda da táctica política do momento, ou sai ou é corrido, ou ainda onde os órgãos dirigentes e intermédios são fruto de nomeações ou cooptações, a democracia é muito menor.
Que não se defenda primárias abertas no próprio partido, é normal; que se recusem nos partidos dos outros, tem de ter razões. Por exemplo, acontecer a maioria absoluta do PS, como aconteceu em França e na Itália. Apesar disso, António José Seguro disse há dois anos sobre o assunto, “gosto muito dos militantes do meu partido”. Percebem-se ambos, Louçã e Seguro.
O BE tem o problema de ser um partido de protesto e minguar agora, quando crescem os protestos, defende-se. O LIVRE tem a vantagem breve de não ter militantes, e as eleições abertas serem uma enorme rede de pesca. Já o PS está em espera, (nas eleições abertas), a proposta existe em carta, António Costa defende-a mas não para já, pelo que Seguro está seguro.
Uma última palavra para o barulho que Louçã fez sobre os eleitores de uns partidos votarem noutros por batota, jogos financeiros clandestinos, o eleito não poder ser escrutinado, etc. Eleições com primárias abertas tivemos há pouco em França e em Itália, não consta nada disso.
Em Itália, nas últimas eleições partidárias que já tiveram evoluções, Luigi Bersani ganhou a Matteo Renzi (que possui grandes meios publicitários mas perdeu) na última das duas voltas de eleições abertas. Bersani não conseguiu impor a sua segunda escolha, Romano Prodi, para presidente, demitiu-se de todos os cargos. Foi substituído no governo pelo Nº 2 do Partido Democrático, Enrico Letta, e no partido foi eleito em assembleia do PD para secretário-geral o ex-líder sindicalista da CGIL, Guglielmo Epifani, até ao próximo congresso.
O que se passou de estranho? Onde está o populismo? Se há problemas com as eleições directas abertas, não são de democraticidade.
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1 comentário:
Valha-nos o Carlos Mesquita! Eu que só leio um jornal semanal, mal vejo telejornais, vou ficando a par com "oclarinet". Com a vantagem de tirar o supérfluo, o que é para tapar o sol com a peneira, o que é para baralhar (vide os 2 últimos nºs da Visão sobre a influência dos blogues na vida política)e fazer as devidas ligações.
Continua, Carlos!
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