segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Merkel sem maioria procura coligação.
Merkel ganhou. Quem só deu pela festa, só deu a festa. Merkel arriscou, perdeu a coligação de direita e não alcançou a maioria. Merkel tem de negociar com sociais-democratas ou Verdes.
Merkel cometeu um erro. Poderia fazer por manter a coligação com os liberais do FDP, se, tal como fizeram nas últimas estaduais na Baixa Saxónia, fizesse uma campanha pela coligação de direita. A transferência de votos nessa eleição estadual não chegou, mas a nível nacional provavelmente faria a diferença entre um governo de direita e uma coligação híbrida.
Merkel perdeu a coligação de direita quando na recta final, em Berlim, pediu todos os votos para a CDU e impediu a deslocação do voto para os liberais. Como não alcançou a maioria absoluta, os votos que o FDP pedia e não teve, só servem para a propaganda pessoal de Merkel. Os resultados na Baviera, com o FDP arrasado, impediram a CDU de discernir o jogo táctico.
Merkel tem agora de procurar uma coligação à esquerda, tem muitas derrotas eleitorais nos Estados e imagináveis discordâncias com os novos parceiros sobre o caminho que a Europa deve seguir. Há uma campanha para dizer que os alemães são todos iguais, é uma campanha. A obediência à Constituição e ao Bundesbank são o verdadeiro vector da política alemã, ultrapassáveis (como cá) em nome do euro.
Os outros. Peer Steinbruck confirmou não ser o político mais indicado para a campanha eleitoral do SPD; numas eleições em que Merkel conseguiu adormecer o eleitorado e nada discutir de substantivo, as futilidades das gafes de Steinbruck, terão acabado por ter influência nos resultados.
Aos Verdes desenterraram um desvio teórico envolvendo pedofilia, mais uma perversão por vegetais (no país das salsichas) que veio ajudar o Die Linke; ambos desceram por nada relevante apresentarem aos alemães.
O novo partido alemão anti-euro (AFD) não conseguiu convencer cerca de um quarto dos alemães, que dizem querer sair do euro, a ir votar neles, chegava. Como é de formação recente e quase entrou no Bundestag, deve-se contar com ele para as próximas eleições europeias.
Enquanto o Bundesbank mandar na política europeia, separando a moeda, da política económica, não temos saída. Ou ficamos - mais pobres e dependentes - ou saímos; isso as eleições alemãs ainda não alteraram.
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1 comentário:
A.Rodrigues faz um bom comentário. Na vida ou se é assim ou doutro modo mas misturas e águas turvas é que não.
Faça como eu, Insista com o Carlos Mesquita para tentar juntar os leitores anti-euro e anti IVReich.CLV
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