segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Ladrões de comboios, da memória, da cultura.
O jornal Público diz hoje que a “Federação de Caminhos-de-Ferro Turísticos apelou a museus para não comprarem o comboio de via estreita estacionado na Régua, em nome da defesa do património português”.
“A CP tentou vender junto de museus ferroviários europeus o comboio histórico de via estreita estacionado na Régua, mas a federação Europeia das Associações de Caminhos-de-Ferro Turísticos (Fedecrail) boicotou essa tentativa, pedindo aos museus que renunciassem à compra, mesmo que estivessem interessados”.
A fotografia que está em cima tem uns vinte anos, são os meus filhos ainda pequenos inteirando-se do que eram os comboios e a linha do Vale do Corgo onde o pai e os avós viajavam entre a Régua e Chaves.
O pequeno museu da Estação da CP de Chaves tinha para além de duas máquinas, vários apetrechos dos ferroviários que ajudavam a entender (e a explicar) a história das viagens de comboio. Era a minha memória e do meu pai que passávamos à geração seguinte. Depois fechou, ouvi dizer que tinham ido para um museu no Porto. Não gostei, mas guardo em slides as diversas peças expostas nesse museu.
É um escândalo, como classifica o vice-presidente da Fedecril, que património nacional e raro possa ser posto à venda, para mais no estrangeiro. Que gentinha pequena é capaz de trocar por alguns euros a memória colectiva, a história do que fomos e como vivemos.
E os senhores deputados? Tanta lei parida e não há nenhuma que impeça que se venda ao desbarato (até o preço é sugerido ser adiantado pelo comprador) o que é de todos. Quando prometeram mais pobreza para todos os portugueses nunca imaginei que chegassem ao ponto de vender o património histórico como sucata.
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