segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Reunião Merkel Sarkozy não salva o euro nem os próprios.

Reunião Nº x Dez2011


Quem tinha perspectivas altas tem que apanhá-las no chão, para salvar o euro (agora) o dueto da corda propõe medidas para Março.

Merkel e Sarkozy disseram que chegaram a acordo sobre as medidas de combate à crise da dívida. Independentemente do conteúdo combinado para um “Novo Tratado da União Europeia”, têm o objectivo de que esteja negociado com os 17 (a 27 já desistiram) em Março de 2012, como a ratificação pela França será depois das eleições presidenciais e legislativas francesas, o mais certo é Sarkozy já não estar no Eliseu.

O distanciamento do candidato presidencial francês François Hollande perante Merkel acentua-se, a campanha eleitoral adivinha-se ainda mais difícil para Sarkozy com a cedência da soberania francesa. Sarkozy não salva o euro nem a si próprio, não é crível que os franceses abdiquem de soberania, mesmo com ataques dos mercados ao seu triple “A”.

Das propostas que levarão ao Conselho Europeu (8 e 9 Dez) salientaram as “sanções automáticas” (perda do direito de voto e fundos de coesão) a aplicar aos incumpridores do equilíbrio orçamental (défice zero).

Para tal querem que os países membros inscrevam nas suas Constituições o défice fiscal zero; depois, que o Tribunal de Justiça da EU se transforme num Super (e supra) Tribunal Constitucional; e com a missão de aplicar as sanções.

A proposta do dueto, de sanções aos países em dificuldades (para aprenderem) incluiria a já anunciada censura prévia aos Orçamentos de Estado, com acompanhamento e supervisão europeia da execução orçamental – uma espécie de troika permanente a tiracolo dos ministérios das Finanças.

Como nenhuma destas medidas funciona para os mercados, não são acalmáveis com cenas de sevícias dos países ricos sobre os outros, a próxima cimeira europeia é bem possível que fracasse como as anteriores de 21 de Julho ou de 23 e 26 de Outubro, também elas de emergência e últimas oportunidades para o euro.

Medidas a curto prazo, influentes nos meios financeiros, não saem deste dueto. Também não se vê as Instituições europeias com iniciativa, nem os países em dificuldades a agir em conjunto, nem tão pouco o governo português a explicar o que vai defender em Bruxelas.

Na Europa, parece que estamos todos – nas calmas – a assistir à morte de bezerra.

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