sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Empresários da educação equiparados a banqueiros.

Ensino privado perde alunos. Set.2013

A mercantilização da Educação leva novo impulso com as medidas anunciadas ontem por Nuno Crato. Como diz a Federação Nacional de Professores (Fenprof); “Trata-se de uma mudança radical do papel do Estado (…) e do lugar que, pela Constituição da República, está atribuído ao ensino particular e cooperativo”.

Também a CNIPE, confederação dos encarregados de educação, acusa o governo de “proteger as escolas privadas, que não têm alunos, pois as famílias não têm dinheiro”.

É o busílis do problema; a ideologia da direita mais retrógrada, bem representada pelo ex-maoísta Nuno Crato, quer reduzir o Estado ao mínimo e promover o sector privado. Acontece que, não há riqueza na população para pagar a “Educação privada”, (como também não há para pagar a “Saúde privada”).

Em Julho do ano passado (clicar aqui) o tema era o aumento do abandono escolar por razões económicas; a taxa de abandono dos estudos por motivos financeiros era de 22% em 2010/2011, a nível nacional, tendo subido exponencialmente em 2012. No ensino profissional as desistências chegavam, em Julho de 2012, a um terço dos alunos.

Sem dinheiro nas famílias - sem clientes - a sorte das empresas privadas de educação teria o mesmo desfecho que os outros sectores privados da economia em crise - “ajustavam”! Mas como são um sector ideológico, tal como o sector financeiro, não podem fechar. Empresário da Educação ou da Saúde é equiparado a banqueiro.

Os contribuintes são assim chamados a viabilizar empresas privadas desnecessárias, porque o lóbi da “Educação privada” tem muita força nos partidos do governo (e não só) e é essencial para o programa da Igreja.

A Fenprof pede aos grupos parlamentares, para que o diploma de Crato seja discutido no Parlamento e que requeiram a sua inconstitucionalidade.

Certo é que não volta a primazia pela Escola Pública enquanto durar este governo.

Para ver últimos posts clicar em – página inicial







1 comentário:

JFS disse...

A influência da Igreja é determinante, daí que tenham desde o início aplaudido a vinda da Troika.Os encargos para o estado acabam por ser superiores e para as famílias também, os colégios recebem dos dois lados.