terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Aumento das taxas moderadoras, um favor aos privados.
Era tendencialmente gratuito, passou por ser tendencialmente pago, agora é efectivamente pago. As urgências hospitalares a 20 euros (4 contos) abrangem a classe média e media baixa, a mesma que paga tudo e é roubada nos vencimentos.
Em Agosto escrevia aqui sobre a suspensão do reembolso directo aos doentes, que “o Estado deixa de comparticipar as próteses dentárias, mas a “Medis” (donde veio o ministro da Saúde, e onde decerto voltará depois da comissão de serviço no governo) tem um desconto (50%?) nas mesmas próteses”.
O aumento das taxas moderadoras, para o dobro, é para além de mais um imposto sobre os portugueses (a somar a todos os aumentos dos bens essenciais), um grande favor aos privados da saúde, seguros e hospitais.
O governo esperou três meses pela melhor altura para divulgar o valor das taxas moderadoras, fê-lo num programa de televisão preparado ao milímetro e com o empurrão do ex-ministro Correia de Campos. A política de privatização da Saúde é um processo; teve início, decorre, e terá um fim. O fim do Serviço Nacional de Saúde.
Como consequência imediata acontecerá o que disse em Setembro e repito: “o aumento das taxas moderadoras vai afastar cidadãos do acesso aos cuidados de saúde, vai obrigar os doentes a decidirem sobre sintomas que não sabem interpretar, a fazerem eles próprios a triagem em vez de serem os profissionais de saúde”.
Os excelentes indicadores de saúde conseguidos pelo Serviço Nacional de Saúde nas últimas décadas são um orgulho nacional. Isso vai mudar.
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1 comentário:
Claro, a ideia é que fique "ela por ela" ir ao hospital público ou a uma clínica, e estão a avançar a passos largos nisso, já faltou mais!
Abraço,
Madalena
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