terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Rabas.
Os tubérculos que tinha mostrado em post anterior (AQUI) chamam-se em Trás-os-Montes, Rabas.
Por falar em Rabas, hoje que é o dia em que os ex-gestores da Ferrostaal foram condenados a penas de prisão por corromperem funcionários públicos de Portugal e da Grécia para vender submarinos alemães; alemães esses que castigam os portugueses e os gregos por comprarem coisas sem terem dinheiro para as comprar; é pois tempo de apresentar as Rabas.
Apresento as Rabas, porque é impossível apresentar os funcionários públicos portugueses corrompidos pelos alemães. Nem as novíssimas equipas mistas contra o crime, compostas pela Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Púbica e Polícia Judiciária sob o sublime patrocínio do Procurador-geral da República mais sua excelsa ministra da Justiça, sabem deles.
Apresento as Rabas também porque vivo o conflito de descobrir quem é o grande burro, se o comissário europeu dos Assuntos Sociais Lazlo Andor, se o nosso primeiro-ministro Passos Coelho. Na Comissão Europeia, Lazlo disse: “Alguns jovens já estão a deixar a Europa para encontrar trabalho em países como os Estados Unidos e o Canadá, Austrália ou o Brasil, Angola e mesmo Moçambique, dependendo da sua língua. E esta tendência não pode continuar. Não apenas arriscamos perder uma geração como também o custo financeiro” (da sua formação). Passos Coelho pratica o inverso, um deles é muito burro.
As Rabas, como estava a dizer antes do apetite divagar, são tubérculos usados na culinária de Trás-os-Montes. Nos cozidos à portuguesa da região, em “guisotes”, em purés com a batata, nos bolinhos de bacalhau etc. têm um paladar adocicado levemente ao sabor do nabo e textura da batata. Coze ao mesmo tempo das batatas se for cortado em rodelas de mais ou menos um centímetro.
As Rabas são ricas em vitamina C e em fibras, é alimento dos animais e dos humanos como são as batatas, as castanhas, abóboras, milho e outras riquezas da terra.
Há um prato típico em Bragança, de Rabas guisadas com coelho, mas se falo em Coelho, volto a divagar e queima-se o estrugido.
Boas festas
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2 comentários:
Conhecia o termo castelhano que significa uma pasta feita com ovas de bacalhau.
Os dicionários de português (mesmo os de maior dimensão) não registam – consultei o Machado e o Houaiss. Nada. No Etimológico, de José Pedro Machado, encontrei uma entrada – "Raba, s. De rábão. Séc. XVII: «as rabas são huma especie de nabos, da mesma natureza que elles», Dr. Francisco da Fonseca Henriques, Ancora Medicinal, p.149, ed. de 1749.
Também regista «coelho», mas fiquemo-nos pelas rabas.
Pois as Rabas. Devido às divagações não referi no texto o termo por que são mais conhecidas. Rutabaga (EUA/Canadá) do sueco Rotagabbe; ou Nabo Sueco, Nabo Amarelo, Swede nas Ilhas Britânicas. Raba vem no Dicionário de Transmontanismos com uma entrada que não me parece a mais correcta, “uma variedade de rábano”. Sendo também uma crucífera (centenas de géneros e milhares de espécies) não será uma variedade de rábano mas antes uma variedade de nabo, os cruzamentos são evidentes.
Segundo as minhas leituras fazia parte da dieta básica europeia antes da introdução da batata. Mantém-se o seu consumo – por tradição – nos países nórdicos e nos lugares de emigração, Canadá, EUA, Austrália, Nova Zelândia, etc. E em Trás-os-Montes, onde a tradição ainda é o que era. Eu gosto do sabor!
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