quarta-feira, 14 de março de 2012

Energia. O bom secretário de Estado e a EDP.

oclarinet.blogspot .com Març.2012


Os consumidores de energia, afinal todos nós, tinham no demissionário Henrique Gomes (o secretário de Estado bom) um aliado, diz-se. Dizem todos, da DECO aos partidos de esquerda e comentadores avulsos.

Suscita-me algumas interrogações. Sendo verdade que o ministério da Economia nunca existiu e que os secretários de Estado são ministros dos seus pelouros, alguém acredita que a política do governo é feita por esses peões?

Henrique Gomes é um amigo em que sentido, como Otelo, “na presidência – um amigo”…? Como Aristides Sousa Mendes que livrou muitos judeus da morte certa ou como Cristo que veio tirar o pecado do Homem? Ora o homem, o secretário Gomes, apenas queria aplicar o Memorando da troika, que no caso do preço da energia é favorável aos consumidores. E foi desastroso.

Se Henrique Gomes em vez de vir para os jornais armado em cavaleiro andante contra a EDP, se tivesse sentado com os produtores de energia e levado as imposições da troika, poderia começar a negociar, mas só acabaria bem se conseguisse consensos que são mais difíceis após a privatização e a entrada dos chineses na EDP. Saiu porque não tem peso político; o Álvaro não existe, e o próprio Passos Coelho vai precisar da pressão da troika junto da EDP/chineses se quiser (o que duvido) baixar as rendas das produtoras de energia.

O aproveitamento do desagrado dos consumidores não é grave; grave é levar alguém a pensar que um “amigo” dentro deste governo pode inverter as políticas.

Todos conheciam (antes de o eleger) o programa de Passos Coelho como conheciam os seus amigos, sabe-se que a economia não é prioridade do governo e que ainda não receiam o descontentamento popular, vamos portanto ver as coisas piorar até os portugueses se fartarem de “encher”.

A nossa política energética é outro problema mas já se vêem mudanças. Há quem no passado tenha sido contra a opção pelas renováveis e agora esteja a mudar de opinião. É outra discussão que se poderá fazer com a premissa dos preços futuros, o que vai subir? O preço do petróleo ou o preço da chuva e do vento?

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