quinta-feira, 29 de março de 2012
Líbia - Toubus. Confrontos tribais ou limpeza étnica?
Sucedem-se os confrontos tribais na Líbia. Notícias dão conta de combates entre membros de tribos árabes e a tribo Toubus no deserto a sul do país; 70 mortos e 150 feridos nos últimos 3 dias na cidade de Sabha (fonte do governo) a 600 km de Tripoli. Na semana passada a France Press noticiava que 113 pessoas tinham morrido em Al Kupra (no sudeste, fronteira com Chade, Sudão e Egipto) e 241 ficado feridas.
O governo líbio; Conselho Nacional de Transição (CNT), não tem mão nas milícias e é incapaz de pacificar as tribos, não exerce qualquer soberania no país.
O representante de Sabha no Conselho, Abdelmajid Seif al-Nasser, demitiu-se na terça-feira em protesto contra a falta de capacidade do CNT.
A tribo Toubus, de “pele escura” cuja etnia está presente no Chade e sul da Líbia, tornou-se vítima de várias tribos árabes. Atacada pela tribo Zwai no início de Fevereiro, viu o CNT apoiar o ataque, o que foi confirmado pelos próprios Zwai (Arab News). O envio de armas pesadas e combatentes pelo CNT traduziu-se em cerco e bombardeamento dos bairros Toubus de Shaba e de Al Kupra, zonas agora descritas como “de desastre”.
O líder dos Toubus, Isa Abdelmajid Mansur, denunciou na segunda-feira à AFP a existência de um plano de “limpeza étnica” contra a sua tribo. Anunciou também a reactivação da Frente Toubou para a Salvação da Líbia (movimento que se opôs ao anterior regime) para proteger os Toubus. Disse também que ia pedir uma intervenção internacional e que pretendem trabalhar para um Estado independente – “como o Sudão do Sul”.
Lutas tribais, ou genocídio, para o extermínio dos Toubus líbios, é uma incerteza, mas que a Líbia não está em condições de realizar eleições daqui a três meses, como quer Obama e o CNT, é uma verdade irrefutável.
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