domingo, 25 de março de 2012

A família é que paga.

oclarinet.blogspot.com Març.2012 

Voltou a moda de pôr os familiares a pagar as favas quando não se consegue atingir directamente os inimigos. A prática (mafiosa) é deplorável, criminosa e cobarde, mas está aí com vários exemplos.

O DN noticia que um árbitro português tem de sair de casa com a família, a conselho da polícia, porque um poltrão anónimo ameaçou a filha de sete anos. Um medroso (ia dizer merdoso) não tem coragem para enfrentar o chefe de família e desestabiliza todas as gerações do árbitro; a razão parece ser a clubite, doença endémica que parasita o futebol.

A outro nível, o do governo português; o regulamento de atribuição de bolsas de estudo diz, segundo a imprensa, que “os estudantes cujas famílias tenham dívidas ao fisco ou à Segurança Social não vão ter apoio do Estado no próximo ano lectivo”.

Que raio, então os filhos, ainda por cima estudantes, são responsáveis pelas dívidas dos pais? Há dívidas de pais causadas em primeira instância pelas políticas do governo, mas mesmo que não seja o caso, quem paga é a qualificação das gerações futuras? A única razão do governo é poupar na Educação para gastar com os amigos

Também a União Europeia segue o exemplo dos que não sabem perder e só pensam em sacar dinheiro. A EU impôs sanções à mulher de Bashar al-Assad, a britânica Asma al-Assad, o que é ilegítimo e um abuso de poder.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da EU (incluindo Paulo Portas) aprovaram contra Asma al-Assad, medidas de proibição de viajar pelo espaço europeu (só pode ir à sua terra, o Reino Unido) e de congelamento dos seus bens. (isto do congelamento de bens tem enchido alguns bolsos, veja-se o caso das contas bancárias de Kadhafi).

Se Asma tivesse casado com um príncipe saudita seria uma dama da democracia e poderia viajar por todo o lado, assim é impedida como convém à guerra informativa contra a Síria.

Asma al-Assad não é política, não exerce poder político nem precisa do dinheiro do povo sírio. Segundo consta já era milionária quando casou, tinha a profissão dos poderosos que os líderes da União Europeia adoram, era investidora. Ex-funcionária da divisão de gestão de fundos do Deutche Bank Group e da J.P.Morgan – Investment Banking; é afinal uma das nossas (deles) e uma cidadã da Europa. É vítima da guerra mediática que, como na Líbia, prepara a opinião pública europeia para as mudanças geoestratégicas no Médio Oriente.

São histórias de cobardia, de manigâncias, de abuso do poder - do nosso tempo.

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