terça-feira, 27 de março de 2012
Turmas de Elite.
“As escolas vão poder criar turmas para alunos bons e fracos” diz o ministro Nuno Crato. Como dos fracos não reza a história nem há professores suficientes para acompanhar os alunos com necessidades educativas especiais, do que se trata é de criar turmas de elite.
Separar alunos que se salientem, (a que se juntarão aqueles com pedrigee que só podem acompanhar os bons) da escumalha, é uma prática já existente mas que não estava generalizada. Agora passa a ser política do ministério que se anunciou descentralizador. Não é directiva é consentimento ou aconselhamento disfarçado como convém numa mudança radical do sistema de ensino. Mais uma experiência em que há cobaias que vão fazer de ratinhos brancos e outros de gatos persas.
Dos efeitos pedagógicos outros saberão mais, mas noto que não é politica estranha a um ministro de formação maoista. Curiosamente, também no tempo da “outra senhora” se defendia que as elites são o motor da sociedade.
E por elites, um caso que passou despercebido. Houve eleições para aquele grupo singular chamado Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP). António Martins saiu, o que seria a meu ver, uma boa notícia para a imagem da Justiça, que se quer independente e despartidarizada, mas entrou um outro nome com o apoio do antecessor. A ver vamos se continua a poderosa ingerência da Justiça, por portas e travessas, na política.
Os magistrados do Ministério Público conduziram igualmente o secretário-geral a presidente do sindicato, numa sucessão na continuidade. Ambos, juízes e magistrados têm a maior responsabilidade em criar confiança no sistema de Justiça, a prática das suas associações em nada tem contribuído para que os cidadãos acreditem em tal coisa. Os julgamentos são genericamente uma lotaria e os privilégios da elite são mantidos pelo abuso de poder.
Turmas corporativas, turmas de elite, dos bancos da escola aos píncaros do poder.
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