terça-feira, 20 de março de 2012

Serviços atacam greve geral.

Greve Geral. Març.2012 

Uma greve geral é ameaça à segurança do Estado? Os sindicalistas também são ou podem vir a constituir uma ameaça? Quando o sindicalismo e as greves não são vistas com receio pelos governos, os serviços de informações não lhes dedicam muita atenção, os próprios serviços de propaganda dos partidos, que suportam os governos, têm uma actuação discreta e distendida sobre as greves e os sindicatos.

Vivemos tempos de radicalização de posições; por um lado, o governo multiplica medidas lesivas dos interesses de quem trabalha, está reformado ou no desemprego; por outro, os sindicatos, que são órgãos eleitos pelos trabalhadores para defender esses interesses, reagem com lutas cada vez menos espaçadas no tempo. A sucessão de iniciativas sindicais apenas responde à sucessão das medidas gravosas do governo. É natural onde existem liberdades fundamentais, no nosso caso protegidas pela lei constitucional.

Há quem pense que era melhor para o Estado que não houvesse sindicatos ou que tivessem menos força. Há uma direita com tiques ditatoriais, que está presente no governo e no parlamento e que detesta contrariedades às suas políticas. Desses, o próprio CDS/PP quer saber “quanto custaram as greves nos últimos dez anos” como eu gostava de saber quanto custa ao país cada vez que o CDS vai para o governo. Mas tudo isso é propaganda.

O contraditório é a direita dizer por um lado que os sindicatos têm um papel de contenção da explosão social e ao mesmo tempo querer que eles estejam inactivos ou desejar neutralizá-los. Se os sindicatos não conseguirem vitórias e os trabalhadores deixarem de acreditar neles, como já desacreditam de partidos que falam em seu nome, outras formas de contestação vão surgir e decerto menos controláveis; quem o diz são analistas de direita, portanto entendam-se.

A campanha contra a greve geral que anda pelos jornais, em artigos e caixas de comentários online, fruto da actividade das várias polícias partidárias e legionários, voluntários e a recibo verde, é ridícula; ninguém deixa de fazer greve por lhe lançarem reprovações patetas, que todos percebem serem notas do argumentário do governo.

GREVE GERAL – 22 de MARÇO

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