terça-feira, 13 de março de 2012
Vítor Gaspar é uma seca.
O governo espanhol decidiu unilateralmente a meta do défice do seu país para 2012, o Eurogrupo engoliu – e mais nada! A soberania e os interesses da economia espanhola foram defendidos. Já o tinha referido AQUI e AQUI e Mário Soares também.
O ministro plenipotenciário Vítor Gaspar resolveu explicar as razões para que a flexibilização que o Eurogrupo aceitou para Espanha não se aplique a Portugal.
Diz Gaspar que é por causa do “desenho”; Portugal “está comprometido pelo próprio desenho do programa a manter os seus limites orçamentais independentemente da evolução das circunstâncias macroeconómicas.” A mim, que estudei desenho, e até fui desenhador de profissão, parece-me que Vítor Gaspar está a chamar desenhos a gatafunhos, limites orçamentais têm todos.
O modelo a desenhar é o mesmo para todos os países signatários do “Pacto Orçamental”, a Espanha, no dia e que o assinou, disse que ia fazer um desenho livre, os professores disseram que não deixavam, Rajoy bateu o pé, e ganhou.
Gaspar diz agora que “o valor verdadeiramente importante e vinculativo” é a meta de 3% em 2013, não é isso que nos é vendido em Portugal e se a Espanha pode definir para o seu caso valores intermédios de défice, os outros países também. Por maioria de razão a economia portuguesa, mais fraca, precisaria de maior flexibilidade na meta e no tempo para chegar à meta.
O problema português, mais que do desenho é da perspectiva, Vítor Gaspar justifica que se reparta o esforço dos espanhóis na consolidação orçamental, pois ele “permitirá credibilizar o processo de ajustamento em Espanha”. Portugal não precisa de facilidades para conseguir alcançar as metas fixadas “mesmo em situação de conjuntura económica pior que o previsto” como reiterou. É por causa destas fanfarronices que a credibilidade nos mercados, do nosso país, é o que é.
Ninguém vê como é que Portugal vai pagar as dívidas sem crescimento e destruindo a economia, excepto o governo com o manda-chuva Gaspar a liderar. É uma seca.
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