quarta-feira, 18 de abril de 2012

Passos Financial Times, Álvaro Cimpor, Cristas galinhas.

Álvaro acompanha, mas não intervém. Abr.2012

O trabalho semanal do governo português começa à segunda-feira, por isso estamos dois dias descansados – estão a planear a “comunicação”.

Habitualmente, a meio da semana começam as polémicas; não há controvérsia com o artigo que Passos Coelho escreve hoje no Financial Times. Fora o título enganador “Portugal vai mostrar que os cépticos estão enganados” o miolo do texto é em tudo igual à entrevista que deu ao Die Welt – admite que não sabe se Portugal volta aos mercados em 2013, o resto é palha.

Dizer que o artigo de opinião de Passos Coelho é dedicado aos mercados, como vem na nossa imprensa, já é um favor dispensável. Só se for a mercados “tipo” Bulhão, onde as vendedeiras achavam pitoresco a visita dos políticos e enchiam-nos a todos, por igual, de beijinhos.

Para os mercados que compram “obrigações” o que lhes interessa são as notações de rating e a essas os indicadores económicos nacionais mais as circunstâncias da política económica na zona euro, paleio de político não é parcela na análise da conjuntura, de Passos Coelho ainda menos, pois consegue dizer (e escrever) uma coisa e o seu contrário, para o mesmo artigo.

A dificuldade na “comunicação” do governo está em não se entenderem argumentários que afirmam, em situações delicadas, como única “função do governo”, “acompanhar a situação”.

Hoje o ministro Álvaro S.P. disse sobre a oferta de aquisição da Cimpor e do dossier Brisa “o governo acompanha, mas não intervém”. O que faz quando acompanha e como acompanha? Acompanha atrás, segue de perto, vê ao longe ou vai de braço dado e com quem? Confesso que não percebo esta função limitada da governação e penso ser caso único no mundo.

Já a ministra Conceição Cristas acompanhava a seca, como agora acompanha a crise dos ovos por via do bem-estar das galinhas poedeiras, na seca via-se a ministra, soluções nada, com as galinhas ainda se perde no meio das cristas.

Os governos deviam todos servir para governar, alguns só servem para trocadilhos.

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