Ambos se dizem pela “revolução”, que fez cair em Fevereiro de 2011 o regime de Hosni Mubarack. Os derrotados asseguram que quer um ou quer outro são alternativas ruins.
Mohamed Morsy é o presidente do Partido Liberdade e Justiça, criado para as eleições pelo mais antigo (1928) movimento do mundo islâmico, a Irmandade Muçulmana (IM). Morsy, Engenheiro e professor universitário, porta-voz para a imprensa da IM, substituiu o candidato inicial e “vice guia supremo” da IM, Kairat El-Shater, excluído pela Comissão Eleitoral.
Os fundamentalistas da “Irmandade” estão perto de conseguir a presidência, juntando o poder executivo e legislativo, uma vez que dominam o Parlamento. Para tal Mohamed Morsy procura conquistar os “revolucionários da Praça Tahrir” contra o que chamam “o candidato do anterior regime” Ahmed Shafik.
Encontros com os candidatos derrotados seguir-se-ão, principalmente com Hamdin Sabbahi líder do partido nasserista al-Karamah, 3º classificado com 20,77% de votos, e Abdul Fotouh, 4º com 17,47%, um “irmão” expulso da IM por ir concorrer à presidência. Fotouh considerado um liberal, apresentou-se no entanto com o apoio dos Salafistas, (radicais islâmicos) segunda força politica no parlamento.
Ahmed Shafik foi o último primeiro-ministro, nomeado por Mubarak já depois de se ter iniciado a “revolução de 2011”, é para uns opositor de Mubarack e para a campanha da oposição um membro do anterior regime. Inicialmente desclassificado, recorreu e foi aceite pelo Supremo e pela Comissão Eleitoral.
Shafik, secular, ex-piloto da força aérea, participou na guerra dos 6 Dias de 1973, adido militar em Roma nos anos 80, veio a ser chefe da divisão aérea e comandante da Força Aérea do Egipto na década seguinte. De 2002 a 2011 foi ministro da Aviação Civil, “transformando a companhia aérea do Egipto numa empresa de prestígio internacional”. Mal visto pelos manifestantes de Tahrir, apesar de ter mandado dar a ruas os nomes dos activistas mortos e de ter congelado bens de proeminentes membros do anterior governo. A sua campanha será para se afastar do regime de Mubarak, “acabar com a anarquia” e impedir que o povo egípcio ponha todos os ovos no mesmo saco (islâmico).
Quem esperava que da “Primavera Árabe” (versão egípcia), resultasse uma revolução democrática que afastasse o anterior regime mantivesse a laicidade e não trouxesse uma qualquer espécie de teocracia deve estar desiludido. Uma enorme maioria de parlamentares da Irmandade Muçulmana e Salafistas com um presidente a condizer só pode dar uma “democracia corânica” de leitura fundamentalista.
Agora são todos moderados, mas nem há programas nem constituição nem se conhecem bem as funções presidenciais. O Egipto está próximo de ter um poder islâmico, na melhor das conjecturas – imprevisível.
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