segunda-feira, 21 de maio de 2012

Reunião Passos Hollande. O que é isso do crescimento?

Hollande-Coelho.Mai.2012 

Cavaco espera que troika concilie agora austeridade com crescimento económico. Vejamos.
Passos Coelho, insatisfeito com a reunião que teve com Tó Zé Seguro, onde o Seguro queria adendar a palavra “crescimento” à realidade da austeridade, foi encontrar-se com François Hollande. Tinha confirmado com o seu amigo Tó Zé que o “crescimento” é matéria que não se dá nas jotas nem se deu na sua faculdade, senão ainda se recordaria pois foi há pouco tempo.

Do relato que Passos faz da reunião com Hollande, das três uma, ou esteve com pouca atenção à aula, ou Hollande esteve a gozar com ele, ou confundiu esta reunião com qualquer das que teve com Merkel. Diz Passos Coelho que Hollande “subscreve a ideia de que é preciso levar a bom porto os esforços de consolidação orçamental que hão-de permitir-nos ser mais competitivos e poder crescer no médio e longo prazo”.

E diz mais; que veio de lá com uma “boa base de trabalho”, com a “prioridade ao estímulo do financiamento à economia para aumentar o crescimento económico, sem aumentar a despesa pública”. Teríamos assim, Hollande de acordo em adiar para o médio e longo prazo a intervenção na economia real e com cuidados tais sobre a despesa pública que manteriam, por exemplo, o uso das verbas do QREN paralisadas. Só pode ser mentira.

A título de explicações gratuitas de quem não precisa de nenhum grupo de estudos para perceber a economia real, digo-lhe:

Sendo verdade que todos os esforços da austeridade não resultam sem acesso a financiamento pelas empresas, e, que a liquidez oferecida aos bancos não chega à economia, coisa que se obvia com um “mecanismo” chamado vontade política, há em paralelo com a servidão ideológica ao sistema financeiro uma outra situação que apenas depende do Estado, das opções do governo:

- O meu caso. Estou prestes a encerrar a minha empresa (menos receitas para o Estado, mais despesa no desemprego) porque pago a sessenta dias aos fornecedores e recebo actualmente as contas principais a seis, sete meses. Não trabalho para o Estado mas tenho clientes que o fazem, eles não recebem (média de pagamentos do Estado 392 dias) não me pagam atempadamente, não tenho mais fundo de caixa para suprir a demora.

Entretanto o Estado já recebeu o IVA do último trimestre de 2011 do qual tenho recebimentos atrasados, do 1º trimestre deste ano também já paguei ao Estado e ainda não recebi a maior parte da facturação.

Não há “variáveis externas que o país não controla” que justifiquem o Estado caloteiro, a responsabilidade é do governo de ignorantes da economia básica
Pior estão indústrias com quem trabalho, cujo volume de facturação impõe pagamento do IVA mensal, têm encomendas, já não conseguem adquirir matéria-prima; boas empresas fecham umas atrás das outras.

Depois ficam surpreendidos com a subida do desemprego!

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