domingo, 13 de maio de 2012
Grécia,saída do euro? novas eleições decididas hoje.
O referendo que propunha Papandreou está a ser feito escondendo dos Gregos as verdadeiras opções. A quadratura do circulo ensaiada em jogo de poker; demagogia, bluff e muita irresponsabilidade.
O presidente da Grécia, Karolos Papoulias faz hoje a última tentativa de formar um governo a partir dos últimos resultados eleitorais, vai consultar os partidos que já se consultaram entre si. Como já se previa, os três partidos convidados a conseguir uma maioria através de coligação, falharam no intento, nem há bloco central, nem governo à direita e muito menos governo de esquerda. Não há surpresa.
Só os socialistas de esquerda, do DIMAR, cederam, diziam na campanha não se coligar com a Nova Democracia e o PASOK, agora aceitam com a condição de entrar o SYRIZA – que recusa. A bola passada ao presidente Papoulias é fácil de jogar, ou demove os “Radicais” e consegue um governo que podia esperar pela queda de Merkel em 2013 e as consequentes alterações na União, ou convoca eleições.
Novas eleições que serão dominadas pela falsa questão da austeridade quando está em causa a permanência na Zona Euro. Austeridade haverá sempre, imposta pela troika ou pelo regresso ao dracma; alívio da austeridade só negociando os termos do resgate o que pressupõe continuar na União e aceitar reformar o Estado, coisa de que nenhum partido grego, nem de direita nem de esquerda, tem um esboço de plano.
Sair do euro é austeridade de choque, bancarrota sem panorama de financiamento da economia. Uma opção “argentina” de recusa em pagar a dívida (na realidade pagá-la em dezenas de anos) e partir para a recuperação económica com uma moeda 50% mais fraca que o euro. Cabe aos gregos decidir que caminho querem; seria sério que a alternativa lhes fosse colocada claramente.
Os sinais que vêm da Grécia são de facilidades que não existem, o SYRIZA diz que a Europa “vai pedir que a Grécia aceite mais dinheiro” (!) enquanto os dirigentes europeus dizem que não há financiamento sem condições de aplicabilidade do acordo de resgate. Não é um braço de ferro, é puro poker em que um parceiro acha que tem uma boa mão, sem levar em conta o jogo e intenções do adversário.
O que não conta no bluff é o desígnio dos militares, pois não se sabe se as alterações feitas por Papandreou, nas chefias, são suficientes para impedir a sua intervenção.
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