Para além desse decreto, a maioria do Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy, fez ontem aprovar “o maior corte de serviços sociais da democracia”. Bastaram duas horas, como realça o El País, “para validar dois decretos que reduzem em 10.000 milhões de euros os gastos com a Saúde e a Educação”.
O PP impôs a sua maioria absoluta, votando só contra toda a oposição. Como nota o Jornal; “ a maioria parlamentar do PP é suficiente,” para aprovar leis no parlamento, “mas é politicamente limitada, levando em conta que os cortes (na Educação e na Saúde) devem ser aplicados pelas Comunidades Autónomas, governadas por partidos diferentes”.
A situação política em Espanha está ao rubro, o governo do PP está isolado nas medidas que impõe, voltou a recessão, a Moody´s baixou a nota de 16 bancos, só não há mais dificuldades pela intervenção directa do BCE.
Nesta conjuntura difícil, que a crise grega transformou em aflição, Mariano Rajoy deu um “golpe de mão”. Precisa de ter controlo governamental sobre a RTVE (principal empresa de audiovisual em Espanha) que é, reconhecidamente, um meio informativo plural e independente.
A informação da TVE é uma das melhores do mundo, onde o comentário político é feito por jornalistas de vários órgãos de comunicação, garantindo que não há manipulação política partidária.
A nomeação do presidente da RTVE era aprovada por maioria de dois terços do Congresso dos Deputados e isso acabou, assim como a alteração do regime jurídico do Conselho de Administração que deixa de contar com a presença de forças políticas e sindicais que lhe davam maior pluralidade.
O presidente da RTVE passa a concentrar o poder executivo e é nomeado por maioria do Congresso. Mais precisamente, Rajoy inventou uma nova fórmula, uma Eleição À Espanhola: Findo o consenso anterior, o método consiste agora em fazer uma primeira votação onde se procura uma maioria qualificada, no caso de não se alcançar, repete-se 24 horas depois só requerendo uma maioria simples (metade mais um). Se a ideia pega e se propaga…!?
A informação jornalística em Espanha corre o risco de se partidarizar, com comentadores políticos do regime, telejornais manipulados e tudo o mais que os portugueses bem conhecem (basta ligar qualquer das nossas); para os espanhóis será mau e também para muitos de nós, que ligam habitualmente à TVE para saber mais sobre o que se passa no mundo.
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