domingo, 5 de agosto de 2012
Falta de respeito pelos mais velhos.
O respeitinho é muito bonito, ouvimos dos mais velhos desde a mais tenra idade. Fazia parte da educação, pensava-se que estava assumido, mas as sociedades sofrem revoluções e as revoluções são feitas pelos mais novos.
Os revolucionários portugueses que agora estão no poder, liderados pelo jovem Passos Coelho, olham para os velhos como uma despesa. Passado o tempo em que eram produtivos e criaram riqueza, agora são só custo e empecilho, na sociedade que se diz da competição.
Em Julho do ano passado, com o aumento dos transportes várias vezes superior à taxa de inflação, o governo anunciou “títulos de transporte a preços reduzidos”. Mas logo em Novembro, o governo de Passos Coelho acabou com o desconto nos transportes; para os idosos com mais de 65 anos cujo rendimento de agregado familiar é inferior ao ordenado mínimo, os reformados e os jovens até aos 23 anos (ler AQUI).
Os resultados dos aumentos dos tarifários e o corte nos descontos dos passes estão à vista; no primeiro semestre deste ano, o passe Navegante Urbano 3ª idade tem menos 17% de utentes, o que representa 41.841 idosos que perderam mobilidade.
Os idosos são uma parte das perdas das empresas de transportes, muitos mais deixaram de usar os transportes públicos. Neste período (6 meses) a Carris perdeu 25 milhões de passageiros, o Metro 11,5 milhões e a Transtejo 1,5 milhões, o que diz muito sobre o desemprego crescente e a política de aumento do preço dos transportes.
O ano passado dizia aqui que os nossos velhos iam ficar mais isolados - 41.841 já não viajam nos transportes públicos por falta de dinheiro para o passe.
O governo de Passos Coelho, o seu ministro Álvaro e o seu secretário Sérgio Ribeiro fizeram uma revolução, não uma revolução nos transportes mas uma revolução na sociedade portuguesa. Está a ser feita sem grande oposição.
Os portugueses deixaram de respeitar os seus velhos?
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2 comentários:
Carlos, acho mesmo que os portugueses deixaram de respeitar-se, não apenas aos mais velhos.
Muitos portugueses engoliram a TINA – na versão P.Coelho do thatcherismo – There Is No Alternative.
Mas não é geral. Contra o novo Código de Trabalho já se lançaram até este fim-de-semana os trabalhadores das empresas: SECIL; Serlima, Alstom; CMP; Limpersado; Lisnave; Lisnava Yards; Portucel; Arboser; ATF; Headbox; EMA 21; Sovena Consumer; Somincor de Neves Corvo e Mineiros da Panasqueira, para citar uma lista.
Greves e pré-avisos de greves estão aí. Dia 15 vai tudo parar com Carris, Metro, STCP e CP Carga, mais portos de Aveiro, Figueira da Foz, Setúbal, Sines, Viana do Castelo e Caniçal-Madeira; Refer são dois meses outros é por prazo indeterminado (até que as administrações cedam).
Portanto, não é geral! E outros fazem o que podem com os recursos que têm, o principal é combater o domínio da Comunicação Social que o poder conseguiu. Vamos lá!
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