quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Síria. ONU acusa militares e rebeldes de crimes de guerra.
Um relatório “de uma comissão independente de investigação” divulgado hoje em Genebra, pela ONU, acusa as forças governamentais e as milícias ligadas ao regime, de “crimes contra a humanidade como assassinato e tortura, crimes de guerra e violações flagrantes dos direitos humanos e leis humanitárias”.
A comissão com mandato do Conselho de Direitos Humanos da ONU considera, que “as violações foram cometidas como parte da política do Estado, o que implica o envolvimento no mais alto nível das forças armadas e de segurança do governo”.
Diz ainda que “os grupos armados antigovernamentais cometeram crimes de guerra, incluindo assassinatos extrajudiciais e torturas. Apesar disso, estas violações e abusos não tiveram a mesma gravidade, frequência e escala do que os cometidos pelas forças governamentais e pelas milícias”.
Sabendo nós que não há guerras sem crimes de guerra; este tipo de relatórios que pretendem estabelecer escalas nas atrocidades são muito duvidosos na sua independência. Parecem encomendas.
Depois, há um problema insolúvel na guerra mediática do caso sírio; os rebeldes têm o hábito de filmar os seus “feitos” e colocarem-nos na internet.
Desde segunda – feira que estão três vídeos no Youtube (que me abstraí de divulgar por razões obvias) mostrando os rebeldes a assassinar a sangue frio um homem, outro a mandarem do telhado do edifício dos correios de Al-Bab vários homens que morrem estatelados na calçada, enquanto uma multidão grita Allah Akbar, e um terceiro em que um prisioneiro é degolado.
A notícia está em vários lados, foi a mais vista na selecção noticiosa do Google (Terra Brasil), ver no Diário Digital. Os vídeos, não recomendo que os procurem.
É o pior da espécie humana, que não merece a desculpabilização de um organismo como as Nações Unidas. Se estas atrocidades “não têm a mesma gravidade” que as cometidas pelo governo, não se viram coisas piores.
Hoje, a China acusa os países ocidentais de impedirem a resolução política do conflito na Síria. Segundo o editorial do jornal do PCC “os países ocidentais nunca renunciaram ao seu objectivo de mudar o regime na Síria, e de forma constante, reforçaram o seu apoio às forças anti-governamentais”.
A China (e não só) diz que é o “ocidente” que impede um consenso da comunidade internacional, a oposição interna moderada da Síria pede um cessar-fogo de ambas as partes, e a ONU vem deitar mais achas para a fogueira. Com ameaças de acusações no TPI ninguém pára de disparar - só os derrotados serão julgados.
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