sábado, 3 de março de 2012
Excesso de mortes por gripe - do ovo ou da galinha.
Ontem falava-se aqui em desdramatizar as mais de 6.000 mortes registadas em 15 dias, em Portugal; hoje os jornais voltam ao tema dando voz a um discurso divergente com o das entidades oficiais – Direcção Geral de Saúde e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que vieram defender como “muito especulativo” relacionar o que está a acontecer com a crise.
Como exemplos, o Expresso diz em título “Crise económica pode ajudar a explicar pico de mortalidade”; o Diário de Notícias em chamada de 1ª página para um dossier sobre o tema, escreve “População envelhecida, casas mal preparadas para o frio e fracos recursos económicos agravados pelas medidas de austeridade ajudam a explicar o aumento de mortes em relação a igual período do ano passado”; o Público titula “Especialistas em saúde pública associam excesso de mortalidade à crise económica”.
Do artigo da jornalista Alexandra Campos, no “Público”, três períodos em que cita os peritos:
«Especialistas como o ex-director-geral da Saúde e professor da Escola Nacional de Saúde Pública Constantino Sakellarides e o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Santos, vieram ontem a público defender, porém, que os efeitos da crise económica e do aumento das taxas moderadoras devem também ser levados em linha de conta na análise deste fenómeno. "O facto de as pessoas viverem com mais dificuldades", sentidas no acesso "aos medicamentos e à saúde", e de terem a "electricidade mais cara", são "hipóteses plausíveis" para explicar os anormais picos de mortalidade verificados nas últimas semanas, admitiu Constantino Sakellarides, em declarações à TSF.
Além do frio e da gripe, que provocam sempre um aumento da mortalidade no Inverno, a manter-se esta tendência, há outros factores que devem ser investigados, como a "perda de rendimento das famílias e o aumento brutal das taxas moderadoras", defendeu Mário Jorge Neves. "Conheço pessoas que deixaram de ir ao hospital, de comprar medicamentos e de fazer alguns exames complementares de diagnóstico por causa das taxas moderadoras", descreveu.
É preciso ver se as pessoas se estão a vacinar mais ou menos, se retardaram a ida ao médico e se pioraram a sua alimentação, recomenda também Vítor Faustino, coordenador do GripeNet, um sistema de monitorização da actividade gripal. "A gripe mata, mas não pode ser a única explicação. Temos de olhar para todos os lados, não descurar nada, como um detective", afirma o investigador, que lembra que noutros países europeus e nos Estados Unidos não se estão a observar tendências semelhantes. E nos EUA esta foi a gripe mais tardia dos últimos 29 anos.»
Declarações deste tipo, segundo o artigo, foram consideradas “precipitadas” pelo director-geral da saúde, Francisco George.
Discute-se ao nível de saber se é do frio ou da falta de agasalho, do ovo ou da galinha, era bom que as entidades oficiais apresentassem com brevidade conclusões e não bitaites. Houve variações anormais em Portugal, o surto é nacional e os vírus não têm bandeira. E já agora, onde estiveram as medidas e os avisos à população? A crise e as medidas de austeridade já estão ligadas a esta mortalidade, não se esconde facilmente um drama destes.
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2 comentários:
há 930 mil idosos acima dos 75
que eventualmente irão perecer
ou da doença ou dos efeitos secundários da cura...
102.000 a dividir por 52 semanas daria apenas 2000 por semana
mas quando tivermos 4 milhões de velhos se morrerem só 2000 por semana é milagre
morrem por desidratação...porque não bebem aguinha durante a gripe
(substituição dos fluidos transpirados
de resto dos 15000 vacinados aqui no redol apanharam todos gripe
e morreram 4 por dia
paragem cardíaca avc...pneumonia nem um..nestas duas semanas
quando vier o calor
acontece-lhes o mesmo que aos peixes
as variações de temperatura bruscas afectam a imunologia
(de -2ºC a 18ºC vão 20º de variação...é fatalis
ó Smilodon..
Quer justificar a deficiente cobertura da vacinação, a falta de avisos das entidades oficiais e dá de barato as razões que os especialistas em saúde pública associam ao excesso de mortalidade.
Tanto trabalho de aritmética deve ter recompensa.
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